Capitulo 22

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(Alysson)

Meu pai está morto.

Eu o vi morrer, vi seus olhos se fecharem. Vi todas as lembranças que tivemos juntos, passando diante dos meus olhos. Meu pai sempre esteve presente na minha vida.

Dês dos meus 10 anos que ele. Muitas das vezes chegava bêbado em casa, e minha mãe sempre cuidava dele.
Minha mãe nunca aceitou bem, mas como ela o amava, aceitou conviver com isso pra não destruir a vida que tinha.

Quando ela descobriu o câncer, ele já estava quase no último estágio. E infelizmente nada poderia salva-la.
Vimos ela morrer aos poucos. E a única coisa que ela pedia era para que não paremos de viver nossas vidas.

Tínhamos uma vida financeira ótima, estável. Até meu pai tentar desviar milhões da empresa Duarte para a conta particular dele. Até ele ser demitido. Até ele acabar de destruir nossa família. Até ele arruinar a nossa reputação.

Ele tinha um emprego ótimo, que nos dava uma vida financeira estável.
Até ele arruinar tudo. Até nos afundar.
Até ele matar um dos homens mais perigoso e famoso da cidade. Até ele destruir com meu psicológico.

Eu ralei para colocar dinheiro dentro de casa. Para sustentar a casa sozinha. Para guardar esse segredo tão tenebroso. Fui cúmplice.

Depois que minha mãe morreu, ficou um vazio, uma dor que era insuportável. Meu pai nem se deu o trabalho de ir no enterro dela.

"Estou com dor filha. Não posso ir"

Eu também estava sentindo dor! Mas eu aguentei firme, eu virei a chefe da casa. Eu sustentei ele.

Quando o vi ali caído, chorei. E gritei.
Mas no fundo, parecia que algum peso tinha saído das minhas costas. Me sentia leve.

Vi tudo apagar, tudo ficando escuro.
Acordei na cama do hotel que o Gael alugou para nossa lua de mel.
Estou com tanta dor que mal consigo me mexer.

Viro pro lado e me assusto com o Gael sentado na poltrona parado me observando.

Gael- Você apagou. Por dois dias direto.

Ele fala quase em um sussurro.

Gael- Chamei os melhores médicos para atender você, e tratar dos seus ferimentos.

Arqueio as sobrancelhas surpresa.

Alysson- Tratar dos ferimentos que você mesmo causou?

Gael- Por que fugiu de mim Alysson?

Alysson- Você ainda pergunta Gael.

Tento levantar, mas não consigo. Meu corpo está pesado. Dolorido.

Gael- Estávamos nos dando tão bem.

Alysson- Você me obrigou a isso.

Ele respira fundo, e fica em pé. Percebo que está de terno.

Alysson- Você matou meu pai Gael...

Gael- Eu não vejo um pingo de dor em seus olhos Alysson.

Alysson- Como pode dizer isso?

Fico indignada.
Ele simplesmente dá de ombros. Ele é inacreditável.

Gael- Só não fuja de mim novamente. Ou sua consequência será bem pior.

Ele diz arrumando a gravata.

Alysson- Você já tirou tudo de mim...

Ele sorri.

Gael- O médico vem te visitar daqui duas horas.

Ele chega perto de mim, e por impulso eu tento me afastar, mas não consigo me mexer direito. Ele dá um beijo na minha testa, e depois me olha nos olhos.

Gael- Não tem como fugir de mim Alysson. Não importa o quanto tente se esconder, eu sempre vou te achar. E sempre estará presa a mim.

Presa a você. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora