O Começo.

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[ Timothée's POV ]

TW: rápida menção a morte.

Os seres humanos são criaturas curiosas. Mas eu gosto de observá-los. Quando se é um ser celestial, sua função é carregar pura luz, tal função esta que acarreta uma certa relação de proteção para aqueles que necessitam de tal. Muitos não acreditam na nossa existência, até porque não temos permissão para aparecermos para os seres humanos. Temos algumas excessões, é claro, como por exemplo, podemos aparecer para crianças bem novas, que são incapazes de se expressar verbalmente a ponto de nos entregarem. Ou para animais, que assim como crianças, não denunciariam a nossa existência.

Uma outra lacuna é constítuida daqueles que estão de cara com a morte. Mas não se assuste, os homens, e quando me refiro a "homens" quero dizer, os seres humanos em geral, necessitam de uma explicação para tudo, e por isso, ás vezes, se equivocam perante a essa ideia de "morte". Ela é só uma passagem, e os anjos da morte buscam essas pessoas para simplesmente soltá-las do seu corpo físico e deixar que aquilo que vai além da matéria seja conduzido pelo próprio universo. Mas sem ser nesses casos, não podemos nos mostrar. Mas nossa regra mais absoluta é não interferir no livre arbítrio de ninguém. Pois, acredite ou não, todos tem um caminho traçado, uma missão, uma caminhada de evolução na Terra. Mas isso eu continuo depois.

Há um tempo eu venho descido a este planeta particularmente peculiar, caminhado pelas tortuosas ruas, adentrando adoráveis casas, presenciando uma gama gigantesca de situações. E como, pasmem, eu sou feito de luz, eu não preciso necessariamente estar em um só lugar. Nos foi dado uma forma humana pois era o mais fácil de se personificar, mas continuamos sendo constituídos de energia, luz, e cada pessoa tem um pouco disso dentro de si.

Em uma das minhas caminhadas eu me deparei com uma humana, que por algum motivo me chamou atenção. Ela era diferente, parecia ser mais humana que o normal. Ela caminhava e prestava atenção em cada detalhe de cada coisa. Alguns podem achar estranho, mas ela era realmente observadora, ela era extremamente sensorial. Usava seus sentidos de uma maneira que eu nunca tinha visto. Ela pegava uma flor na mão, sentia sua textura, seu cheiro, observava os pequenos resquícios de polém nas pétalas, tudo. E isso me afetou. Pois tudo que eu mais queria era sentir algo. Que gosto tem a fruta? Cortar o dedo dói? Como é a dor? Por que os olhos vazam as vezes, quando estão "tristes"? Tudo isso era uma questão pra mim.

- Ei, no que está pensando? Está parado aí faz horas. Quer compartilhar comigo? - Uma voz cortou minha linha de pensamentos. Era Lorran, um anjo, meu irmão.

- Você já imaginou como seria sentir as coisas, realmente ter um corpo físico e presente no espaço material? - Ele me olhou e suas expressões ficaram mais suaves do que antes.

- Já, mas acho que nos foi dado um propósito diferente. Somos guardiões. - E ele sorriu. - É um privilégio ter esta tarefa. Mas por que você está me perguntando isso? - O olhei com um pouco de receio dele estranhar ou algo assim.

- Eu os observo. Queria saber como é. Tem essa menina, que eu nunca vi uma igual em meus vai saber quantos anos. - Ele ergueu uma sobrancelha. - Estou realmente intrigado.

- Eu também fico, ás vezes. Mas não se apegue muito a essa ideia, vem, vamos observar o por do Sol no Brasil. É muito lindo por lá.

Assenti, e fomos. Ele era meu irmão, mas acho que também sei pensar por conta própria. Vou observá-la com uma atenção maior. Ver se consigo descobrir algumas coisas. E não, aquela ideia não ia sair de mim tão cedo.

Recado: Oi gente, como vocês estão? Esse é o primeiro capítulo do meu romance, me digam se gostaram, o feedback de vocês é bem importante. Aliás, prazer, eu sou a Maju. Vamos nos ver bastante por aqui eu espero. Até mais :)

Angelic.Onde histórias criam vida. Descubra agora