Angelic.

Toalha.

Só um aviso meus amores, PRE-PA-RA que é HOJE! Esse capítulo é curtinho mas vai ser IMPORTANTÍSSIMO. Logo, logo vocês vão ver no que isso vai dar. Espero que gostem.

[ Timothée's POV ]

Sua respiração ofegante era o único som audível no quarto, eu estava preocupado com ela. Ela se levantou desesperada pois sabia que tinha que ir trabalhar, mas ela parecia exausta. Ela não estava bem e eu havia percebido isso desde aquele dia do pai dela. Eu acho que viver sozinha estava a deixando deprimida de alguma forma, ela só trabalhava e falava com Lilian. Percebendo sua exaustão, eu decidi que iria acompanhá-la por hoje.

E sim, eu sou extremamente contraditório, pois há algumas horas atrás eu havia jurado não aparecer de novo. Mas era maior que eu, e até meu irmão percebeu isso.

De repente, ela pareceu cambalear com tontura, provavelmente com pressão baixa pois não havia comido direito. Ela parecia meio enjoada, como se fosse vomitar ou algo assim. Como anjo, eu tinha alguns dons, e um deles era ser um guia, e eu seria o dela por hoje. Eu conseguia a induzir a fazer coisas, como por exemplo, se alimentar adequadamente. Enquanto ela preparava algo para comer e tomava um remédio, a observei para me assegurar que ela estava bem. Ela tinha algumas olheiras e notei que ela teve um pesadelo horrível.

A vi levantar pra tomar um banho, e essa seria a hora que eu agiria.

Quando ela se virou para ir ao banheiro, decidi procurar o número do estúdio aonde ela trabalhava. Eu havia decidido que pediria esse dia de folga em nome dela, ela precisava de um descanso, e eu daria isso a ela, como fiz na sua crise anterior, pelo menos por hoje.

Achei o tal número em sua agenda telefônica, e assim que ouvi o chuveiro ser ligado, e precisei de força para poder assumir a forme física visível, o que eu denomino de "virar massa" para que minha voz fosse audível para quem quer que seja o atendente.

- Alô, Estúdio Claudie Pierlot? - perguntei para checar se havia discado o número certo.

- Bom dia, secretária Angel falando.

- Oi, posso pedir um favor para a senhora? Gostaria de avisar que a designer Louise não está se sentindo bem e portanto não poderá comparecer no dia de hoje. - tentei soar o mais convincente possível.

- Ah sim, Louise Leblanc, e quem fala?

- Timothée, amigo dela. - Não era mentira, acredito eu.

- Claro, mas ela está melhorando? É algo grave? - Ela parecia genuinamente preocupada.

- Nada grave, assim que puder ela retorna.

- Ok, obrigada pelo aviso. Tenha um bom dia.

E assim que eu fui responder, a pior das coisas aconteceu. Não, não, vou até repetir. A PIOR das coisas aconteceu.

- MEU DEUS DO CÉU EU VOU CHAMAR A POLÍCIA AGORA! - A Louise berrou com toda a força de seus pulmões assim que me viu. E note que eu estava, atenção, com as minhas vestimentas originais. Que vergonha Timothée, que desastre. Agora eu quero ver tudo desmoronar.

- Calma Louise, eu posso explicar. - disse tentando manter a calma.

- EXPLICAR???? VOCÊ INVADIU MEU APARTAMENTO! E QUE ROUPA RIDÍCULA É ESSA????

- Ei, também não é assim. - eu amava minha roupa, ok?

- VOCÊ É UM LOUCO! - E foi aí que eu percebi que ela estava de toalha berrando e por um azar, esqueceu o celular na cozinha e voltou para pegá-lo. Tinha como ficar pior?

- Louise, calma.

- CALMA NADA. - E ela se virou pegar o telefone, ela ia realmente chamar a polícia. Eu não tinha outra opção. Me alterei a energia o mais rápido possível. Fiquei invisível.

[ Louise's POV ]

Ok, eu estava oficialmente SURTANDO. Primeiro eu defendo ele, choro horrores, aí ele INVADE meu apartamento e some como se fosse fumaça? O que estava acontecendo???

Eu estava paralisada, em choque olhando para o lugar, agora vazio, aonde ele estava em pé de vestidinho branco. E SUMIU!

E o pior, eu de toalha. Meu Deus do céu, minha cabeça girava.

Agarrei meu telefone, prestes a ligar para a Lily, avisar que ela não estava louca, ou concluir que ambas estávamos. Mas antes que eu pudesse discar, ele reapareceu como fumaça.

- Não faz isso, não. - Paralisei de novo. O que era aquilo?

- O QUE É QUE ESTÁ ACONTECENDO? - Eu gritava quando eu ficava nervosa.

- Eu sou um anjo... - ele disse baixo e eu senti minha visão ficar turva. Muita, muita, muita informação. Ele me puxou uma cadeira antes que eu caísse no chão. Logo, o vi preparando uma água com açúcar de prontidão. Eu estava travada, essas coisas não existiam na vida real. Mas ele acabara de me provar na minha frente. E o livro, o livro da biblioteca no dia que eu o conheci, falava sobre aquilo. Era real. Tudo aquilo.

- Me explica tudo de uma vez fazendo favor. É sério, sem mentira, sem nada, só me explica.

- Eu não posso explicar mais do que isso. - Ele rebateu. Mas nem a pau que ele entraria na minha casa, sumisse, fizesse tudo aquilo, saísse comigo e não daria nenhuma explicação.

- Quer mesmo que eu aponte uma câmera agora mesmo para você e mandasse pra minha melhor amiga, que é jornalista?

Naquele momento, o vi com uma expressão assustada. Ele era um anjo mesmo? Eu queria provas, queria maiores explicações, queria ver.

- Tá, eu conto, mas você tem que jurar que não vai falar pra NINGUÉM. - Ele destacou o "ninguém" provavelmente por causa de Lily, mas não havia problema, não havia nada que eu queria mais naquele momento do que conhecê-lo. Ele já tinha me provado que tinha sim algo de especial, mas eu precisava daquilo, então eu realmente guardaria segredo.