Angelic.

Destino.

[Louise's POV]

Aquilo tudo era obviamente esmagador para mim depois desse, digamos trauma. Mas no mesmo segundo que esbocei voltar atrás por Timothée - me dá até um gosto amargo de citar o nome dele - mas bem, tudo ficou calmo dentro de mim. Foi tão estranho. É como se eu quisesse aquilo dentro do meu coração. Senti aquela paz reinar novamente e tudo se encaixou, por pelo menos instantes, dentro de mim.

As semanas se passavam rapidamente, nos víamos frequentemente pelo trabalho e pela nossa proximidade que crescia proporcionalmente com o tempo.

Cheguei a visitar a casa de Oliver, conhecer sua família, sair em conjunto com Lily e Fernando, ele ia para minha casa também. Era estável, era algo linear. Ás vezes precisamos disso. As coisas não precisam ser conturbadas para serem intensas. O amor não tem que ser difícil - de novo minha boca amarga com a palavra. Pelo menos pra mim, as coisas pareciam no lugar.

Existe uma parte do meu cérebro que não sossega um segundo. Toda vez que eu lembro do, literalmente, anjo Timothée, me lembro de tudo aquilo de novo e sua partida dói como se eu cutucasse uma ferida e jogasse sal em cima. Era pior remoer algo que, até então, é irreversível.

Dias e dias se passam agora. Eu não choro mais, nem nada. É só... estabilidade.

Oliver me ligou para vir aqui em casa, e eu logo assenti, propondo que fizéssemos a janta juntos. Ele então se pôs no caminho, e eu tratei de colocar uma roupa decente para a ocasião.

Quando ele chegou, o cumprimentei com um beijo. Ele parecia mais quietinho aquele dia. Não me incomodei tanto com isso.

Conversamos um pouco e eu fui para a bancada cozinhar, preparando um ravioli recheado. Durante o preparo, trocávamos algumas frases sobre a nossa semana, nada de muito especial. Quando me virei, vi que ele puxou algo do bolso. Uma caixinha pequena. Se ajoelhou no chão e revelou o que havia ali dentro.

Alianças.

- Louise, quer namorar comigo?

No momento, meio que surtei, mas mesmo assim, me forcei a olhar para ele com firmeza. Pensei por meio segundo.

- Sim.

Ele sorriu, e colocou o anel no meu dedo anelar. Veio direto me beijar e eu sorri junto.

Passamos o resto da noite como qualquer casal passaria. Conversamos, comemos algo, enfim.

Assim que ele foi embora, liguei para Lily para contar da novidade.

- Oiii. Adivinha. - comecei.

- Alô? Um segundo, eu só estou saindo do banho rapidinho.

- Meu Deus desligue a câmera, te ligo já já.

- Não, não, só falta colocar o shorts. Espera aí.

Aguardei um minuto e ela voltou. Seus cabelos ainda estavam molhados e ela aguardava eu falar.

- Fala. Já sei! Você quebrou um dente e agora não sabe o que fazer.

- Sempre engraçadinha. Enfim, olha. - mostrei meu dedo anelar a ela, aonde o anel se encontrava. Ela espremeu o olho para enxergar.

- Nossa! Que legal... Então ele te pediu?

- Pediu sim. Foi agora pouco.

- Ah que bom, e você está feliz? - ela perguntou.

- Bem, estou.

Lily parecia mais quieta do que o usual, por algum motivo. Alguma coisa não está certa.

- Há algo errado Lily?