Angelic.

Now what?

[ Louise's POV ]

Aquela havia sido uma das melhores noites de sono da minha vida. É sério.

E eu não conseguia tirar ele da cabeça. Muito menos de algo específico que ele disse para mim.

Ele disse que podia me levar conhecer o mundo inteiro.

O mundo. Inteiro. Nos braços de um anjo. Literalmente.

O estado que eu estava, que era de puro choque não me ajudava a raciocinar direito. E nem cheguei a assimilar tudo aquilo. O voo, ele, o que ele disse pra mim. E sinceramente, eu amava aquela sensação. Ele me deixava no puro e completo choque, a cada palavra que saía de sua boca. Cada vez que sua voz chegava em meus ouvidos eu conseguia sentir cada célula do meu corpo se agitando. Toda. Santa. Vez.

E olhar para ele então... Era aquilo que eu gostaria de ver pela eternidade se eu morresse. Falando muito sério, era como olhar pro paraíso. Olhar para seus olhos era olhar para a porta que dava acesso a infinidade do paraíso. Meu paraíso particular.

Meu. Meu paraíso.

Só eu o via, o sentia, tinha o privilégio de estar perto.

E depois, dos meus devaneios, consegui finalmente me concentrar e me dirigir ao trabalho. Extremamente entediante diante do que eu podia estar fazendo se estivesse com ele.

Mas ok, foco Louise.

Entre costuras e ajustes, um sinal de vida.

- Lou? Posso entrar? - era Oliver. Assim que assenti com a cabeça, ele entrou. - Tenho que tomar cuidado para não tropeçar de novo.

Sinceramente, eu segurei um pouco a risada e vi que ele estava sem graça, mas tranquilo com relação a isso.

- Tudo bem? - questionei assim que ele sentou na mesa.

- Tudo , tudo bem sim. E com você? Parece distante ultimamente.

- Sério? Acho que a impressão sua. - na verdade, ele estava mais do que certo. Afinal, eu só conseguia pensar em uma coisa.

- Deve ser... Hm... Ocupada hoje a tarde? - pigarreou nervoso.

- Bom... - refleti sobre a possibilidade de ser saudável talvez sair com outra pessoa. Para não ficar muito dependente dele. Cogitei recusar. Mas melhor não... Vai me fazer bem, acho. - Não, sem planos para essa tarde.

- Ah que ótimo, quer tomar um café mais tarde então?

- Claro, quero sim.

    Ele sorriu feliz, e logo saiu da sala. Coitado, ele era bonzinho.

[ Timothée's POV ]

Tá. Calma, calma, calma.

Ele havia me questionado o que eu estava fazendo. Ele provavelmente viu. Minto? Não, claro que não. Mas se eu falar a verdade também... Ai. E agora?

- Ah, oi Lorran. - SÉRIO TIMOTHÉE? "OI LORRAN?"

- Oi? Oi??? - ele tinha um semblante bem sério.

- Uhum. - tenho que admitir, sou um péssimo ator.

- Comigo. Agora.

Decidi ficar em silêncio. Era pior eu falar algo.

Voamos lado a lado. Sabia para onde ele me levaria.

Everest.

- É o seguinte: a acompanhar, cuidar dela, tudo bem. Mas agora, MOSTRAR SUA VERDADEIRA FORMA PARA ELA? Sério?

Tá, ele viu. Ferrou. Já pode decretar estado de calamidade?

- Hm. Certo, eu compreendo. Compreendo mesmo que esteja decepcionado, mas eu juro que ela é confiável. E ela queria ver.

- Olha, sinceramente, sabe que eu te amo, e amo incondicionalmente, mas assim vai acabar sendo pego. E não é nem por mim. Charlotte está na sua cola, acharam que você estava estranho na sua visita para Luan.

- Eles... ele me dedurou?

- Não, ele relatou comportamento fora do normal vindo de você.

- Tem sorte que eu te dou apoio. Charlotte acha que está se desvirtuando.

- Não estou. Juro, prometo que não. - não sei, sinceramente, até que ponto isso é verdade.

- Confio na sua capacidade de julgamento próprio. Mas quebrou uma regra gravíssima e sabe disso.

Pera. UMA regra?

Ele não viu... GRAÇAS AO BOM DEUS.

Ele não viu nosso passeio a Torre.

OBRIGADA CÉUS, OBRIGADA.

- Sim, compreendo. Ela não falará nada. Estou a estudando e tentando a compreender melhor.

- Sabe que não fomos designados para isso Timmy. Somos protetores, e protetores invisíveis. Agimos discretamente. Por favor, tome cuidado, não sei até que ponto posso e devo te acobertar nisso. Juízo, por favor.

- Pode deixar Lorran. Obrigada meu irmão. Eu te amo.

Ele era dócil, amigo. E eu sou extremamente grato por ele ter me avisado. As coisas iriam ficar um pouco mais complicadas, e eu estava ciente disso. Certo.

Mas eu estava disposto a fazer tudo isso por ela.

Ela, e só ela me desperta essa curiosidade, essa luzinha estranha dentro de mim me guiando para isso.

Quando ela sorria, era recompensador. Quando ela respirava, a cada batida de seu coração. A cada batimento dela, eu agradecia por existir. Minha existência inteira se resumia a esse ato. Eu existia e continuava a existir por isso.

O ouvi indo embora.

Me sentei, passei a mal pelos cabelos, olhei para aquela imensidão balanceada entre a claridade da neve e escuridão do céu. Iluminado pela Lua. E ali me deitei.

Horas e horas se passaram, alimentadas com reflexões profundas sobre cada detalhe de Louise. O jeitinho que ela pediu para eu me deitar com ela, e sua reação com nosso passeio. Tudo.

Avassalador.

Quando decidi me levantar dali, já era de dia. Fui atrás dela.

E chegando no estúdio, vi que não estava lá. Presumi que ela passou na cafeteria que ela gostava. Me direcionei até lá.

E bom, quando cheguei... observei a cena.

Louise e Oliver, sentados, tomando café. Ele encostava no ombro dela diversas vezes enquanto falava. Típico. Mas eu acreditava que aquilo não significava nada para ela, ou não fazia diferença.

E foi ali que eu senti. Ali, naquele momento. Eu a vi rindo descontroladamente de algo que ele havia dito. O sorriso dela. Com ele.

Mas o que era aquilo? Outro sentimento novo? Outra pontada no peito? Era até um pouco... doloroso?

Eu queria a ver sorrindo comigo.

O que é isso?

Ciúme?

Recadinho. Oi gente que tá acompanhando a histórinha! Espero que estejam bem. Eu sei que eu estou demorando muito nas atualizações mas é que eu estou em período de provas finais e tá bem corrido. Logo entro em férias e vou produzir que nem uma condenada, FINALMENTE! Eu amo escrever, então vai ser muito legal. Volto já já. Beijinhos e muito obrigada pelas estrelinhas e pela leitura, vocês não tem ideia de como isso me deixa feliz. Até logo :)