Inesperado

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Depois do ocorrido por conta da música que Maitê cantarolou, Viviane e ela ficaram mais próximas, isso já fazia três meses (Viviane com oito meses de gestação) e na escola as duas mantinham uma relação como qualquer professora e aluna, mas na saída Maitê fazia questão de dirigir para que não ocorresse um episódio parecido ao que havia passado, Maitê convivia com a família Almeida e todos gostavam dela, principalmente Valentina.

Valentina: Mai. (Corre e a abraça).

Maitê: Oi, Val. (Corresponde o abraço e a pega no colo). Não tinha aula hoje?

Valentina: Tinha, mas estou dodói, Mai. (Faz biquinho).

Maitê: Poxa, que chato, eu sei bem o quanto você ama a escola, mas sabe de uma coisa?

Valentina: O que?

Maitê: Vou cuidar de você, vai para o quarto e me espera lá deitadinha, ok?

Valentina: Ok. (Desce do colo e corre para o quarto).

Viviane: Você tem algo especial com crianças. (Sorri encantada).

Maitê: É que desde muito pequena minha tia me colocava para trabalhar para ganhar dinheiro para ajudar a pagar as contas, então aos oito anos me tornei babá e já sabia cuidar da casa, guardei um dinheiro pra mim e quando fiz dezessete anos saí da casa dela.

Viviane: Que triste, você perdeu a sua infância, meu amor.

Maitê: Pelo menos com isso me tornou uma boa pessoa pessoa e uma adulta com coração.

Viviane abraçou Maitê sem muito que pensar e naquele momento elas se conectaram, uma professora especial e uma aluna tão especial quanto, Maitê já era considerada como da família nesses três meses de convivência e até morava com eles, mesmo assim ela afastou Viviane.

Viviane: Desculpe, não sei o que me deu de te abraçar.

Maitê: Não, me desculpe você, tenho tantos traumas de abraços que acabei me afastando do seu que foi o mais carinhoso e gostoso como nunca havia recebido até agora.

Viviane: Meu amor, não sei o que dizer. (Olhos marejados).

Maitê: Só me abraça novamente, pois o seu abraço eu quero.

Viviane: Com prazer. (A abraça novamente).

Maitê: Obrigada por tudo, Vivi. (Corresponde o abraço).

Viviane: Não precisa agradecer.

Maitê: Esse abraço está gostoso, mas preciso ir subir para cuidar da Val como prometi. (Caminha até as escadas para subir).

Viviane: Ai. (Leva a mão na barriga e respira fundo).

Maitê: O que foi, Vivi? (Corre até ela preocupada).

Viviane: Nada, foi só uma contração, as vezes sinto.

Maitê: Vem, eu te ajudo a sentar.

Viviane: Não precisa, já passou, mas obrigada pela preocupação. (Sorri e acaricia o rosto dela). Vamos subir para ficar com a Val.

Maitê: Melhor que descanse, está exagerando no seu dia-a-dia e está grávida. (Preocupada). E não tem ninguém aqui para cuidar de você boa parte do dia, sua mãe tem negócios, seu irmão está cuidando dos preparativos do casamento ao lado da sua cunhada e cadê o pai do bebê que não te procura para saber da senhora e do bebê?

Viviane: Ele deve ter cansado depois de tanto pedir perdão e eu não perdoá-lo. (Cabisbaixa).

Maitê: Eu e minha boca grande, desculpa, Vivi. (Sobe correndo).

Assim que Maitê subiu, Estela chegou e Viviane sem dar explicações pegou a bolsa e as chaves do carro e saiu com o mesmo.

Viviane dirigia rumo a casa do amado, disposta a falar que o perdoava quando de repente uma dor forte quase a faz gritar, então sem conseguir prosseguir ela para o carro.

Viviane: Ai, meu Deus, que dor é essa? (Sente um líquido molhá-la). A bolsa estourou logo agora que estou sozinha no meio do nada. Ai, Viviane por que você tinha que pegar um atalho? QUE DOR. (Grita). Preciso avisar o Lucas. (Pega o celular).

Lucas: Meu amor, aconteceu alguma coisa? (Preocupado).

Viviane: Lucas, minha bolsa estourou, estou de oito meses e não era para o nosso bebê nascer agora, estou com medo. (Geme de dor).

Lucas: Calma, onde você está?

Viviane: No atalho que leva para sua casa.

Lucas: Estou a caminho, aguente firme, meu amor.

Viviane: Vem rápido. (Desliga). AHHHH. (Grita de dor). Já vi que você quer nascer mesmo, filho. (Desce do carro com dificuldade e entra na parte de trás, onde deitou com dor). Se você quer nascer agora, terei que te trazer ao mundo sozinha e não era assim que eu imaginava esse momento, meu anjinho. (Chora).

5/2/21

Julie Vale

O amor disse simOnde histórias criam vida. Descubra agora