Capítulo 15

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Dulce Maria


Nossa festa de casamento foi incrível, mas era hora de voltar à realidade. Christopher e eu decidimos que não era a melhor hora para termos uma lua de mel como queríamos. Eu estava aflita ainda com questões da empresa e ele estava com muitos casos que não daria para passar à outros advogados do escritório.

Estávamos vendo todas as questões burocráticas para quitarmos minhas dívidas o mais rápido possível. Eu não aguentava mais Maite no meu pé, ela simplesmente conseguia fazer tortura psicológica em mim, e eu como já sou emocionalmente instável, me derrubou facilmente.

Meu relacionamento com Christopher não podia estar melhor. Nós éramos parceiros em tudo que fazíamos, era uma cumplicidade incrível. Hoje seria o dia que nós iríamos visitar algumas casas para comprar. Eu não fazia questão de luxo, mas ele sim. Christopher sempre foi bem de vida, então nunca abriu mão do seu conforto.

Visitamos alguns lugares e optamos por uma casa relativamente grande, em meu bairro. Fiquei tranquila por que além de ter espaço para Triana, era perto da casa da Anahí, era fácil de fugir pra lá. Fechamos o negócio mas eu ainda sentia que algo não estava certo.

– Chris? – O chamei fazendo ele olhar em minha direção, tínhamos acabado de entrar em seu carro – Vou colocar minha casa à venda, não acho justo você pagar tudo sozinho. Além do mais tem as dívidas da empresa, isso pode me ajudar.

– Dul, você sabe que não tem necessidade disso, mas se for a sua vontade, não vou te impedir, se você não quiser, podemos alugá-la também. – Ele disse, ligando o carro para voltarmos ao trabalho.

– Eu quero vender, não estou me sentindo bem vendo você pagar tudo sozinho. Sabe que o jornal ainda me dá lucro, só não o suficiente para quitar as pendências financeiras dele. Então, eu vou vender minha casa, te ajudar a pagar nossa casa nova e tentar pagar.

– Tudo bem pequena, é a sua decisão e eu vou te apoiar.

– Obrigada, Chris! Vou falar com um corretor hoje mesmo, não aguento mais me preocupar com esse assunto.

– Logo vamos ajeitar tudo isso, Dul, você vai ver, ficaremos tranquilos em breve. – Ele disse pegando em minha mão enquanto dirigia.

Christopher havia mudado muito de uns tempos para cá. Me arrisco até dizer que isso começou a partir do momento que nos entregamos ao prazer pela primeira vez. Mas não me importava, preferia me blindar e não me iludir com falsas esperanças.

Chegamos ao edifício de nossas empresas e fomos cada um para seus respectivos andares. Voltei todo meu foco para o trabalho, precisava aprovar matérias para entrar no jornal, mas também, tinha que resolver coisas burocráticas. Meus funcionários sabiam qual era a situação da empresa, eu sempre fui totalmente transparente com todos eles, mas também os garanti que não atrasaria salários e nem demitiria ninguém.

Estava concentrada revisando as matérias do caderno de esporte, sempre começava por elas pois eram as mais leves, quando de repente meu telefone tocou.

– Oi, Angie.

– Dul, Belinda deseja falar com você, ela disse que era urgente. – Belinda era a chefe do caderno policial do jornal, eu confiava cegamente nela, ela era uma jornalista incrível.

– Pode deixá-la entrar, Angie.

Belinda adentrou minha sala e se sentou em minha frente. Senti que ela estava meio tensa, isso me preocupou.

– Oi, Bel! Aconteceu alguma coisa?

– Dulce, eu estava fazendo uma matéria sobre uma investigação da polícia federal, seria uma especial, eu tenho uns contatos na polícia, estritamente profissionais. Dul, eles estão investigando a Maite por lavagem de dinheiro e Christian, seu advogado, por ser cúmplice.

Senti meu sangue se esvair do meu corpo. Não podia acreditar nisso, ela era suja! Eu podia derrubar ela e todo seu esquema, mas isso precisaria ser feito com cautela, com todas as provas possíveis.

– Bel, pelo amor de Deus, isso é sério? Sabe o que podemos fazer com isso? Você tem algo que comprove?

– Um dos detetives do caso me enviaram alguns documentos assinado por Maite e Christian, aparentemente eles têm uma empresa de fachada que usam para lavar o dinheiro. Eu posso conseguir mais algumas entrevistas com testemunhas...

– Siga com isso, Bel. Algum outro jornalista está trabalhando com você ou não?

– Não, sei que eu não deveria mas preferi não pedir para ninguém e...

– Faça isso sozinha! – Eu a interrompi. – Se precisar de algum auxílio, eu te ajudarei e farei o que você mandar. Eu te peço apenas que me deixe informada de tudo, vou conversar com Christopher sobre o assunto, ele pode ter algum contato mais direto e nos ajudar sobre isso.

– Pode deixar, Dul. Obrigada por confiar em mim com isso.

– Bel, você sabe que é quem eu mais confio aqui, ainda mais para esse tipo de reportagem. Pode seguir com isso.

Ela saiu da sala e eu me vi em estado de choque. Não estava acreditando no que tinha nas mãos. Precisava conversar com Christopher o mais rápido possível sobre isso, mas preferia que fosse pessoalmente. Mandei uma mensagem para ele avisando que precisaríamos conversar sério, para ele não demorar em ir para casa. Eu tinha um novo objetivo: acabar com Maite Perroni.

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Mais tarde eu volto! 🤭

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