Capítulo 32

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Christopher Uckermann


Horas antes...

Eu estava extremamente puto. Não podia acreditar que Dulce tinha feito aquilo comigo, sempre fui honesto com ela, até quando eu achei que deveria esconder algo, não consegui, a dor da decepção que estou sentindo é demais para mim.

Peguei as chaves do carro e sai em direção à um bar que sempre ia quando estava solteiro, precisava espairecer e esquecer tudo isso, e como ainda eram seis da tarde, não me importei em beber um pouco.

Chegando ao meu destino, avistei Poncho de longe, ele estava sozinho, o que era estranho já que ele não desgrudava da minha irmã em seu tempo livre.

— Dia ruim? — disse assim que me aproximei dele.

— Briguei com Anahí. — ele estava com o rosto inchado, prova que havia chorado assim como eu.

— O que aconteceu?

— Você brigou com a Dulce, né? — abaixei a cabeça e assenti. — Foi o mesmo motivo então, essa vingança contra Maite, ela me esconder tudo... Não foi fácil.

— É, eu sei, estou me sentindo um lixo, eu e Dulce não mentimos, eu fui honesto com ela, Deus sabe mais o que elas fizeram, ainda meteram aquele Rodrigo no meio. — suspirei e pedi uma cerveja.

Começamos a beber e conversar sobre outras coisas para tentarmos nos distrair. Dulce havia me ligado várias vezes mas eu não conseguia atender, não queria conversar agora, apenas esquecer.

Bebemos um pouco além da conta, eu já estava chorando e falando besteiras, Poncho não estava diferente. Saímos do bar algumas horas mais tarde, totalmente atordoados e seguimos andando pela avenida até que ele parou e quis entrar em um lugar estranho, eu o segui já que ele estava tão bêbado quanto eu.

— Poncho, está maluco? Isso é um clube de striptease! A Dul vai me matar, e a Annie vai te matar também.

— Não vamos fazer nada demais, Ucker, relaxa. — Suspirei e o segui. Sei que normalmente Poncho não faria uma coisa dessas, mas ele estava magoado e bem mais bêbado do que eu, acho que poderia relevar.

Quando entramos, sentamos em uma mesa e pude observar o local. O álcool parecia estar evaporando do meu corpo, minha consciência estava começando a pesar e eu já sabia que essa era uma ideia ruim, mas eu precisava cuidar de Poncho, para ele não fazer nenhuma besteira.

Ficamos por lá durante algum tempo, mulheres seminuas chegavam e sentavam em nosso colo, eu sinceramente estava incomodado com aquilo tudo, se fosse antigamente, com toda certeza eu amaria, mas hoje em dia eu tenho ela, Dulce é meu combustível, eu não trocaria nossa vida por nada nessa vida, por mulher nenhuma, eu a amo.

Saímos do clube em direção onde meu carro estava. Poncho bebeu mais um pouco, então preferi levar ele em sua casa ao invés de deixá-lo dirigir, eu não tinha bebido mais, me achava capaz de dirigir. O deixei em sua casa e me certifiquei que ele já tinha entrado, após isso segui meu caminho para casa, pensando em tudo que tinha acontecido. Fui um completo idiota em ter brigado daquele jeito com a minha mulher, mais ainda ter deixado
Poncho me levar para um lugar daqueles, eu amava Dulce e precisava tirar isso do meu peito, conversar com ela e esclarecer tudo.

Cheguei em casa e ela estava encolhida na cama, com o rosto inchado de chorar, aquilo fez meu peito apertar, ela havia me magoado mas eu não deveria ter a tratado assim. Entrei no banheiro e tomei um longo banho para relaxar, me sentia sujo por ter ido naquele lugar, e ainda teria que pensar em uma forma para contar a Dulce tudo isso, não ia esconder mais nada dela, isso estava decidido.

Terminei meu banho, escovei os dentes e vesti apenas uma cueca. Deslizei no colchão, com meu corpo perto do de Dulce, e mesmo com ela encolhida, susurrei em seu ouvido o quão idiota eu era, e para minha surpresa, ela se virou para mim e começou a chorar descontroladamente, algumas lágrimas teimaram cair em meu rosto, eu precisava falar, mesmo que já fosse quatro da manhã.

Agora

— Foi isso que aconteceu, Dul. Eu te juro que não te traí, não faria isso com você. — a vi respirar fundo e fechar os olhos.

— Eu sei, a culpa é minha disso tudo, mas eu acredito em você.

— Você não é culpada pelas minhas reações, Maria. Eu errei e pronto, não deveria ter feito isso. Só te peço para conversar com a Annie amanhã, Poncho estava pior que eu, deixei ele em casa mas mesmo assim ele estava muito mal ainda por causa da bebida, tenho medo disso fazer eles brigarem, Anahí ama o Poncho mas é dura na queda, sei que ela não vai ser tão redutível.

— Eu vou, tenho que me desculpar com ela também, não queria causar isso tudo e querendo ou não, ela fez o que eu pedi.

— Certo, e que tal se agora fôssemos dormir? Já são cinco e pouco da manhã, temos que trabalhar amanhã.

— Acho que vou avisar a Angie que ficarei em casa amanhã, para ela desmarcar meus compromissos. Não estou com muita cabeça para lidar com tantas coisas. — ela suspirou e deitou a cabeça em meu pescoço, depositando ali um beijo.

— Então, amanhã eu vou ficar aqui com você também, foram muitas emoções, acho que merecemos pelo menos um dia de paz e descanso.

— Eu amei, isso. — ela levantou a cabeça e me olhou enquanto acariciava meu rosto. — Eu te amo. — sorri sincero com isso, nunca em meus melhores sonhos eu imaginaria estar apaixonado pela minha melhor amiga.

— Eu também te amo, obrigado por ser maravilhosa assim! — dei um beijo em sua boca e ficamos ali abraçados até adormecermos. Não havia lugar no mundo que eu preferia estar além daqui.

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mais tarde tem mais ❤

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