Capítulo 35

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Christopher Uckermann


Tirei Poncho de minha casa e o levei para a sua. Ele estava desolado, parecia estar sendo corroído pela culpa, me doía vê-lo assim, mas eu sabia que ele tinha errado com minha irmã. Fato é que desde que ele se casou com Anahí, nos tornamos melhores amigos, então sei o coração que ele tem, e sei que jamais faria algo ruim contra ela de propósito.

Chegamos em sua casa e Poncho foi direto tomar um banho, sentei no sofá e fiquei repensando em tudo que tinha acontecido em tão pouco tempo: eu havia me declarado à Dulce depois de ter tomado atitudes que geralmente eu não tomaria, omiti algo a ela que a deixou brava e eu sabia que era um risco que eu cometeria, e agora que ela descobriu, só posso implorar por seu perdão. Alguns minutos mais tarde, Poncho aparece na sala, com um rosto menos abatido.

- O que vou fazer, Christopher?

- Sinceramente, Poncho? Não sei! Deixa a cabeça da Annie esfriar, provavelmente eu vou ter que fazer o mesmo com a Dul.

- Vocês brigaram? Achei que tinham se acertado.

- Annie acabou falando demais sobre o que rolou naquele clube, Dulce ficou brava. Eu tinha me declarado para ela de madrugada, cara, a gente tinha se acertado, foi quase tudo por ralo abaixo.

- Eu acabei contando tudo para ela, eu estava bêbado, sabe como é, né? Achei que você tinha contado tudo.

- A Dul é ciumenta e insegura, quis evitar isso, mas acho que só piorei a situação.

- Ucker, quando se trata da minha prima, não esconda nada dela, absolutamente nada. Ela é igual a tia Blanca, cara, odeia ser a última a saber das coisas.

- Sabe o que me deixa mais puto? Eu sei disso, eu a conheço desde os sete anos, eu sei tudo sobre ela. Estou com mais raiva de mim mesmo do que da situação toda.

- Deixa ela se acalmar, ela te ama, nada vai mudar isso. A conexão que vocês dois têm é surreal, se vê a quilômetros de distância, fica tranquilo, vocês vão se resolver.

- Espero que esteja certo, tenho medo de como ela pode reagir. - suspirei e encostei no sofá.

Fiquei a tarde toda conversando com Poncho e como ele deveria agir com Annie, mesmo eu não estando no meu melhor momento com Dulce, aconselhei ele da melhor maneira. Resolvi que precisava voltar para casa já que estava escurecendo, peguei umas roupas para Anahí e saí de lá.

Durante todo o caminho, fiquei repensando em tudo que falaria para minha mulher, eu precisava conquistar sua confiança de volta, e era isso que eu faria. Entrei em casa e tudo estava em silêncio, fui até um dos quartos de hóspedes e encontrei Annie dormindo e Dul ao seu lado. Coloquei a mala da minha irmã ali e chamei Dulce para conversar.

- O que quer falar? - ela me perguntou sem me olhar e sentando longe de mim.

- Pequena, me perdoa, eu sei que deveria ter te contado tudo logo de cara mas eu fiquei com medo que você ficasse com ciúmes e insegura. - tentei me aproximar mas ela se afastou de mim, aquilo partiu meu coração. - Eu fiquei travado, não consegui te contar aquilo, Dul, senti nojo de mim, mesmo não tendo feito nada demais, eu me arrependo demais daquilo, não deveria ter te escondido nada e nem feito nada, me desculpa, meu amor.

- Não venha com "meu amor" agora, Christopher. Eu confiava cegamente em você, assim como você confiava em mim, eu escondi uma coisa de você e olha a sua reação aí, agora só por que você vem com essa carinha e esses olhos lindos, eu tenho que te perdoar? Você me conhece muito bem, você conhece minhas inseguranças, meus medos, desde o início desse casamento eu tenho medo de você me trocar por outra...

- Eu não faria isso, Dulce. - a interrompi falando firme, sei que era difícil de acreditar, mas seria incapaz de trair minha mulher.

- Eu também achava, Uckermann, achava mesmo que era só coisa da minha cabeça, mas se você escondeu que mulheres seminuas dançaram no seu colo, o que mais pode me esconder? - fiquei em silêncio e abaixei a cabeça, ela estava certa, eu deveria ter contado. - Sabe o que me dói mais? O fato de você ter sentido prazer nisso, de você ter gostado disso, e só com essa situação você ter se tocado que me amava, isso se você realmente souber o que sente e não ter falado isso tudo por culpa.

- Eu amo você, Dulce Maria, nunca brincaria com uma coisa dessas. - a vi fechar os olhos com força e erguer a cabeça, seus rosto estava inundado de lágrimas.

- Não sei se acredito, Christopher, me dá um tempo sozinha.

- Um tempo sozinha? Dulce, Isso é necessário?

- Sim, se não quiser um divórcio de cara. Vou dormir no outro quarto de hóspedes, não venha atrás de mim.

Ela pegou suas coisas e saiu do quarto. Sentei na cama e me permiti chorar, era a primeira vez que eu me sentia assim, o amor doía demais para mim, era inevitável mas eu batalharia por ela e por sua confiança.

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turbulência no mundinho vondy, amanhã eu volto 💛

Te Daría TodoOnde histórias criam vida. Descubra agora