Capítulo 51

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Christopher Uckermann


Depois que Dulce saiu de casa, eu não consegui fazer nada além de chorar, não era necessariamente mágoa mas medo de perdê-la, afinal de contas, eu disse coisas pesadas para ela, sem ao menos pensar direito.

Liguei diversas vezes em seu telefone mas não tive nenhuma resposta, mas eu podia entender isso. Procurei por ela com Anahí, que me disse que não estava lá, por fim, acabei recebendo uma mensagem do tio Fernando, dizendo que Dulce estava na casa dos pais. Fiquei mais tranquilo em saber que ela estava segura mas mesmo assim o desespero tomava conta de mim. Resolvi apenas comer alguma coisa e tomar um banho de piscina já que fazia calor.

Depois de um tempo, voltei para meu quarto, abracei o travesseiro da minha esposa e voltei a chorar. A mãe de Dulce tinha me avisado que ela tinha saído de lá, ou seja, a qualquer momento ela chegaria e precisaríamos conversar. Assim, logo ela adentrou o quarto, nosso olhar se cruzou e pude ver ela soltar um suspiro.

— Acho que precisamos conversar. — ela disse se aproximando e sentando na cama.

— Você está bem?

— Sim, estava na casa dos meus pais.

— Seu pai me avisou, fiquei preocupado.

— Eu precisava ficar sozinha, o que você me disse foi... difícil. — abaixei a cabeça e uma lágrima escorreu pelo meu rosto, estava me sentindo culpado por tudo que tinha dito.

— Dul, me desculpa por ter dito aquilo, foi da boca para fora e...

— Não deixou de ser verdade, Christopher. — ela me interrompeu e suspirei.

— Mas não é a nossa realidade. Eu me apaixonei por você, Dulce. Tudo que eu fiz foi pensando no seu bem.

— Não sei sobre isso, Christopher. Não sei o que você quer de mim ou qual é o problema comigo...

— Eu amo você, pequena. — foi minha vez de interrompe-lá, me aproximei e limpei a lágrima que escorria de seu rosto. — do fundo do meu coração, eu sempre te amei, isso nunca foi mentira, Dulce, sempre fui sincero em relação aos meus sentimentos.

— Isso não apaga o que você disse para mim mais cedo, muito menos da verdade sobre nosso casamento. Aliás, qual era seu intuito com isso tudo? Eu procuro por respostas mas sinceramente não as encontro.

— Eu já estava apaixonado por você, Maria, queria te ajudar, queria estar com você, eu sabia que acordos matrimoniais têm certos benefícios ou poderes, juntei o útil ao agradável. — Dulce me olhava perplexa, a esse ponto nós dois já estávamos com o rosto cheio de lágrimas. — Amor, o que eu disse, não foi sincero, não foi verdade, eu estava nervoso por você não aceitar minha ajuda e não achei que ficaria tão zangada ao ver que eu paguei para Maite.

— Fiquei chateada por você ter passado por cima das minhas decisões, Christopher, prometemos que não íamos fazer coisa escondido do outro, principalmente depois da nossa última briga. O que você disse sobre nosso casamento é a verdade, sempre vai ser por causa de um acordo, nada vai mudar isso, só foi um choque grande, uma decepção maior ainda, se posso assim dizer.

— Me perdoa, Dul. Eu nunca pensei assim, nunca vi nosso casamento como uma obrigação, eu realmente faço tudo por amor, me desculpa por ter passado por cima de uma decisão que era inteiramente sua, eu não aguentava mais te ver sofrendo, estava a todo tempo preocupado com a sua saúde, só pensei no seu bem estar.

— Tudo bem, não foi isso que me chateou de verdade, você sabe. — suspiramos quase que juntos. — Encontrei Rodrigo hoje.

— O que? Dulce, você foi atrás dele?

— Claro que não, Christopher, presta atenção em mim, depois você fala.

— Ok.

— Rodrigo veio me pedir perdão por tudo que já nos fez, disse que a princípio queria nos separar, que me queria de volta — ela fez uma pausa, suspirou e olhou em meus olhos — mas, ele percebeu como a gente se ama, como sempre nos amamos, e ele disse que só caiu em si por que se apaixonou também.

— Até que não foi tão ruim da parte dele, mas por que você foi atrás dele?

— Eu não fui, quando saí daqui, dirigi sem rumo e quando percebi estava no Brooklin. Resolvi descer do carro e me sentar numa pracinha que tinha ali, ele me avistou de longe e resolveu falar comigo.

— Tudo bem. — engoli seco e senti meus olhos marejarem ainda mais. — e quanto a nós? Qual sua decisão? — Dulce olhou em meus olhos e acariciou meu rosto.

— Pode ser que eu me arrependa, estou chateada mas eu ainda amo muito você, não quero me separar também, acho que vamos ter sempre que viver com o fardo do nosso casamento ter sido por conveniência, só tenho que aprender a lidar com isso.

— Eu não queria dizer aquilo, Dul, você sabe disso.

— Mas disse e não mentiu, esse era o objetivo do nosso casamento, não nos casamos por amor mesmo que eu já estava apaixonada por você a anos, e tudo bem, vou me acostumar com isso, já deveria, mas enfim.

— Você não tem que se acostumar com isso, pequena. Eu errei duas vezes, te prometo não deixar isso acontecer mais. — Ela assentiu e enxugou as lágrimas que caiam em seu rosto.

A puxei para meu colo e tomei seus lábios, Dulce abriu passagem e nossas línguas se entrelaçaram. Quando nos faltou fôlego, a olhei nos olhos e abracei forte, naquele momento me permiti chorar mais uma vez, um choro desesperado de alívio, eu não conseguia viver longe da minha mulher mais.

— Chris, o que foi, meu amor?

— Eu tive tanto medo de te perder, Dul, não sabe o quanto estou aliviado por você me perdoar.

— Bom, não fale mais aquilo, me magoou e me decepcionou. — Dulce chorava também e só percebi quando me acalmei mais — Mas eu amo você, se depender de mim, você nunca vai me perder.

— Eu amo tanto você, pequena, mas tanto. — ela abriu um lindo sorriso e voltou a me beijar.

Ficamos namorando por um bom tempo, apenas curtindo a presença um do outro em um domingo a noite. Mais tarde, jantamos, tomamos um banho juntos em meio a beijos e carícias e logo adormecermos, afinal a semana que entraria não seria nada fácil para nenhum de nós dois.

Te Daría TodoOnde histórias criam vida. Descubra agora