Capítulo 16

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Dulce Maria


Duas horas mais tarde, recebi uma mensagem de Christopher me avisando que estaria me esperando no estacionamento. Respondo à ele rapidamente, avisando que já estava descendo, desligo meu computador e arrumo minhas coisas para sair. Não deixo de pegar as cópias dos documentos que Belinda me deu, optamos por fazer mais algumas delas e guardar no cofre, nunca se sabe o que pode acontecer.

Desliguei as luzes e sai da sala com minhas coisas na mão e me despedindo de Angie, que já estava de saída também, até dar de cara com Maite.

– O que você pensa que está fazendo aqui, Perroni?

– Vim te alertar, Saviñon! Sei que você e uma de suas jornalistas estão pensando que podem mexer comigo, eu sou mais perigosa do que você pensa, Dulcinha! Não se meta onde não é chamada, ou você vai se arrepender.

– Não sei do que você está falando, querida. – Respondi irônica. – Mas nossa, que medo de você. Faz assim, quando eu me importar com o que vc é ou não é, eu te aviso, ta? Agora, se me der licença, eu tenho um compromisso com meu lindo maridinho, que já está me esperando.

Saí andando, não deixando ela responder. Sei que Maite era apaixonada por Christopher no passado, provoca-lá com isso fazia eu me sentir vitoriosa, afinal ele é casado comigo, e eu não pretendo deixar ele escapar.

Quando entrei dentro do elevador, percebi que estava tremendo. Eu realmente estava nervosa, não gostava de mentir e sabia que podia me encrencar ao me meter nisso, mas não podia deixar de tentar. Cheguei ao estacionamento e vi Christopher mexendo no celular distraído, entrei no carro e suspirei, ele se virou para mim na mesma hora.

– Você demorou, Dul, aconteceu alguma coisa?

– Não, nada, em casa conversamos.

– Dulce Maria, você está tremendo de nervoso, me diz o que aconteceu ou eu não saio daqui. – Ele disse firme, olhando em meus olhos.

– Não foi nada demais, me atrasei por que Maite veio me confrontar agora quando estava saindo do escritório. Sabe como ela me tira do sério.

– E isso tem a ver com o que você quer me dizer? – Eu assenti. – Certo, vamos para casa então e lá conversamos com calma.

Ele deu partida no carro e seguimos para casa. Eu fui em silêncio todo o caminho, minha cabeça estava girando, realmente tudo que recebi de informações hoje foi demais para mim. Chris percebeu que queria ficar em meu canto e respeitou isso.

Chegamos em casa e fui correndo para o quarto, e já entrei no banheiro, precisava de um banho relaxante antes de ter essa conversa, estou tensa, não quero chorar de nervoso. Vinte minutos depois, saí do chuveiro, me troquei e fui procurar Christopher pela casa. Quando cheguei na cozinha, vi que ele estava cozinhando macarrão e fazendo um brigadeiro. Não aguentei e o abracei por trás.

– Que cheiro bom, por que está fazendo brigadeiro?

– Porque você está nervosa, e eu sei que você fica mais calma com doces, então resolvi fazer.

– Pior que é verdade. – Ri sem humor algum. – Precisa de ajuda?

– O brigadeiro está pronto, meu bem. Você pode terminar de fazer nosso jantar para que eu tome banho?

– Claro, vai lá, deixa comigo. – Ele me deu um beijo na testa e saiu da cozinha.

Algum tempo depois, nós jantamos em meio a conversas descontraídas e risadas. Após o jantar, Christopher foi até a cozinha e voltou com duas colher e o brigadeiro. Sabia que teria que ter essa conversa com ele uma hora ou outra e não podia deixar para depois. Eu estava nervosa, ela era possivelmente uma criminosa e trabalhava numa instituição financeira. Muita coisa estava em jogo.

– Vamos, Maria, não aguento mais te ver tensa assim, o que aconteceu? – Suspirei com os olhos fechados.

– Belinda, chefe do caderno policial do jornal, veio conversar comigo hoje sobre uma matéria especial que ela está fazendo, sobre uma investigação da polícia federal. – Respirei fundo e comi um pouco do doce. – Maite e Christian estão envolvidos com lavagem de dinheiro, estão ambos sendo investigados. Bel me contou que eles possuem uma empresa que aparentemente é usada de fachada, ela quer continuar investigando isso, podemos derruba-lá e eu posso me livrar das minhas dívidas, se é que eu tenho pendências com banco, por que até onde eu sei, ela pode muito bem ter feito serviço de agiotagem comigo, dizendo que era a serviço da instituição.

– Meu Deus, Dul. Isso é muito sério, a Belinda, por acaso, te deu alguma prova que ela tenha? Sei que ela é jornalista então pode possuir documentos e provas para compor reportagem, certo?

– Exatamente, eu trouxe a cópia dos que ela me mostrou. – Fui até onde tinha deixado os documentos e entreguei à ele.

– Isso é a cópia do documento de sociedade deles para abrirem, o que aparenta a ser, uma loja.

– Chris, antes de nos casarmos, tivemos uma consultoria com Christian, se lembra? – Ele assentiu. – Ele levou a cópia do contrato do empréstimo que eu tinha feito com o banco, acha que ele pode me prejudicar com isso de alguma forma?

– Legalmente, ele não poderia. Os dados que estão no contrato são sigilosos, na teoria, mas ele, pelo jeito não é alguém que podemos confiar, então não sei te dizer, pequena. O que Maite te disse quando foi te confrontar no escritório?

– Ela disse que sabia o que Bel e eu estávamos fazendo e me ameaçou, mandou eu não mexer com ela. Apenas respondi que não sabia do que ela estava falando e sai, preferi não falar nada à ela ou ameaçar de volta.

– Fez bem, não dê indícios que você sabe de algo, é melhor para te dar mais segurança. Nós vamos derrubar ela, Dul, não fique aflita, mas não me esconda nada, vou ver o que posso fazer e o que eu descubro.

– Obrigada, Chris! Não sabe como estou aflita com isso, dessa vez eu me surpreendi, não esperava isso dela.

– Bom, nunca sabemos quem é quem, mas vou estar do seu lado para tudo. – Ele sorriu e me puxou para seu colo.

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