Te Daría Todo

Capítulo 54

Christopher Uckermann

Hoje tinha sido um dia corrido, tanto que mal consegui parar no escritório. Recebi uma mensagem de Dulce avisando que iria almoçar com Annie, eu tinha um pressentimento ruim, mas resolvi ignorar isso por enquanto e me concentrar em meu trabalho.

Quando paguei toda aquela quantia de dinheiro para Maite, eu sabia que corria o risco de ser detido ou algo do tipo, mas não era isso que me preocupava no momento, eu sei bem que não, por isso, assim que retornei ao escritório, subi até a sala de Dulce, nós tínhamos uma conexão estranha que nos fazia sentir o que o outro sente, e infelizmente eu estava certo. Assim que entrei, a vi colocando tudo para fora, e aquilo apertou meu coração, odiava vê-la sofrendo de alguma forma.

Consegui convencê-la de irmos para casa mais cedo já que para o hospital, ela não iria. Assim que chegamos, fomos tomar um banho, Dulce estava quente e com dores no corpo, fiquei apreensivo de algo acontecer com ela e eu estar longe. A ajudei a lavar os cabelos e se lavar, tomamos um banho totalmente sem malícia, mesmo eu tendo que segura-la pela cintura de tão fraca que estava.

Saímos do banho, a ajudei a se vestir e fiz Dulce deitar na cama para descansar, ela protestou por pouco tempo até realmente perceber como estava mal. Saí do quarto para preparar um chá a ela, já que ela estava mal, aproveitei para ligar para minha irmã, queria entender o que tinha acontecido antes com ela.

telefone on

Christopher:
Oi, Annie, como você está?

Anahí:
Bem, Chris! Aconteceu alguma coisa para você me ligar no meio da tarde?

Christopher:
Na verdade sim, Dulce está mal, cheguei em sua sala e ela estava fraca, vomitando muito, viemos para casa agora, mas você percebeu alguma coisa de diferente nela na hora do almoço?

Anahí:
Ela está preocupada, Chris. Essa situação está deixando ela abalada, você ter dado o dinheiro para Maite preocupou ela, eu disse que você sabia que o fazia mas sabe como a Dulce é né.

Christopher:
Vou conversar com ela sobre isso, não quero que ela se sinta mal, tive essa atitude justamente para ela se tranquilizar.

Anahí:
Pode ser estresse também, sabemos que essas semanas estão sendo difíceis para ela. Me prometa que vai levá-la no hospital caso ela piore!

Christopher:
Eu prometo, Annie. Só não a levei hoje por que sei que entraríamos numa briga, ela está mal, não precisa disso.

Anahí:
Você está certo. Cuida da minha amiga, hein.

Christopher:
Sim, senhora. Vou levar um chá para ela tomar agora, ela está meio pálida, provavelmente desidratada. Inclusive, preciso desligar, Annie, já faz um tempo que a deixei lá no quarto.

Anahí:
Tudo bem, Chris. Me avise qualquer coisa.

Christopher:
Pode deixar, bebê.

telefone off

Após desligar a ligação com Anahí, fui até o quarto com um chá em mãos para dar a Dulce, além disso, peguei um copo d'água pois sei que ela logo me pediria. Entrei no cômodo e Dulce estava dormindo serena, coloquei a xícara e o copo na mesinha ao lado da cama e deitei ali do seu lado, e ela logo se arrastou e se enroscou em meu corpo, senti ela depositando um beijo em meu pescoço e eu beijei o topo de sua cabeça, assim adormecermos por um tempo.

Algum tempo depois, acordei e senti a cama vazia, ouvi um barulho do banheiro e corri para lá. Dulce estava sentada no chão, abraçada com seu próprio corpo e chorando muito, fui até ela, sentando ao seu lado, a puxei para meu colo e a segurei forte, deixando que ela chorasse todo o necessário. Eu acariciava seu cabelo quando senti que ela estava se acalmando, beijei sua testa e ergui seu rosto para olhar em meus olhos.

— Está melhor? — ela apenas assentiu em silêncio — quer conversar sobre o porquê de você estar chorando tanto assim?

— Foi só uma crise de ansiedade, Chris, estou bem.

— Nada disso, Dul. Você vomitou de novo? — novamente ela apenas assentiu — me perdoa, pequena, não achei que você ficaria preocupada assim comigo por causa do que fiz.

— Como você sabe disso?

— Falei com a Annie, ela me contou que você estava com medo de algo acontecer comigo. Não se preocupe, meu amor, eu te prometo que tudo vai ficar bem, nada vai acontecer.

— Eu não consigo viver sem você, Chris, por favor, não deixa nada acontecer. — ela se encolheu em meu colo e começou a tremer, meu coração apertou mais com isso, ver Dulce assim, tão frágil e vulnerável, me destruía.

— Eu te amo, Dul, nada vai acontecer, eu prometo.

— Preciso falar com Belinda. — ela tentou se levantar mas não a deixei sair dali.

— Nada disso, você vai descansar, Dulce Maria você está tremendo de tão fraca que está, vem, eu vou cuidar de você. — ela respirou fundo e se agarrou mais a mim

— Me faz um favor então?

— O que você quiser, amor.

— Pega meu celular e pergunta a ela se conseguiu agendar nossa reunião para amanhã, você tem que estar nela também.

— Para que essa reunião? — a vi suspirar e erguer o olhar novamente.

— Será com um policial que está fora do caso da Maite, para sabermos o que fazer, e antes que você diga algo, sim, é necessária, pelo menos assim eu vou ficar mais tranquila.

— Tudo bem, amor, eu falo com ela, agora vamos levantar desse chão e deitar. Você está mais calma?

— Sim, desculpa te acordar.

— Você devia ter me acordado, pequena. Não quero que passe por nada sozinha, está bem? Sou seu maridinho que te ama e que vai cuidar de você em todos os momentos.

— Te amo, Chris, obrigada por isso.

Assim, nós levantamos e voltamos para o quarto. Dulce tomou o chá mesmo frio e logo apagou, já eu fiquei velando seu sono, minha esposa dormia serenamente, mas eu estava em alerta, preocupado com ela e agora também com essa reunião. Saí do quarto com o celular de Dulce em mãos e fiz o que ela havia me pedido, fiquei esperando a resposta de Belinda mas sem sucesso. Resolvi ir até o escritório que tínhamos em casa para revisar alguns casos que eu tinha pego e estavam pendentes, um tempo depois, nossa reunião estava confirmada, e agora eu estava apreensivo e nervoso, espero que tudo fique bem.