13 anos atrás
Finalmente, eu estava perto de terminar meu último ano da faculdade. Depois de muito estudo e esforço, eu iria ter meu tão sonhado diploma em Administração. Como o curso de Arquitetura era de 5 anos, Rodrigo ainda teria mais um até se formar, portanto, não teríamos a mesma festa.
Apesar de toda a empolgação pelo término de um ciclo, o clima não era tão favorável entre a gente, pois indicava também uma certa incerteza quanto ao nosso futuro. Como eu já sabia há algum tempo, Rodrigo sempre quis sair de Fonte Nova e fazer pós-graduação em outro lugar, pois ele achava que nossa cidade não seria bom para ele profissionalmente.
Em contrapartida, eu já não imaginava sair daqui, ainda mais por ter assumido um cargo muito importante de liderança no mercado da minha família, que já contava com várias propostas de parceria e expansão.
Tenho orgulho de dizer que tal conquista foi fruto, em grande parte, do meu esforço, o que me rendeu muitos elogios de professores e familiares. Sair de Fonte Nova permanentemente, como Rodrigo sonhava, seria totalmente contra tudo que planejei e sonhei para mim.
Por mais que ele fosse uma parte muito importante da minha vida, eu não me imaginava largando tudo só para seguí-lo onde fosse. Se ele tinha os sonhos dele, eu também tinha os meus. Tal divergência causava certo atrito entre nós, como era de se esperar. Eu sabia que ele não abria mão de tentar sua carreira em outro lugar e não podia culpá-lo por isso.
No início do nosso relacionamento, assim como também da nossa faculdade, Rodrigo falava com empolgação dos cursos que queria fazer no exterior e cidades que gostaria de estabelecer-se para trabalhar.
Com o passar do tempo, o que nós tínhamos estava ficando cada vez mais forte e notei que ele me incluía nos seus planos de morar fora, os quais eu precisava recuar, aos poucos. Agora, faltando apenas um ano para a formatura dele, vivíamos alternando um clima de amor com outro de melancolia.
Tinha ocasiões, quando estávamos entre amigos, que ele conversava sobre seus planos e quando lembrava que eu estava próxima, mudava o tom, passando de uma alegria genuína para um visível desânimo, o que me deixava triste.
Eu não queria perdê-lo, mas também não aceitava deixar tudo o que conquistei para trás, assim como não gostaria que ele desistisse de seus projetos por minha causa. Caso isso ocorresse, nosso futuro seria cheio de rancores e acusações quando o auge da paixão acabasse.
Natália, por sua vez, já estava noiva de Gabriel e o casamento seria no próximo ano. Minha amiga estava radiante de felicidade, mas eu notava que ela também compartilhava um pouco da minha angústia, já que sempre foi uma grande incentivadora do meu relacionamento com Rodrigo.
— Isa, vocês vão achar um jeito. Sei que é complicado, mas quanto tempo dura esse curso que o Rodrigo quer fazer na Espanha? — ela comenta, certo dia.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Amor que Perdemos
RomanceO que acontece quando aquele amor que parecia perfeito tem um final amargo? Isabela e Rodrigo conheceram-se na faculdade e iniciaram um intenso romance, mas alguns acontecimentos resultaram na separação do casal e cada um seguiu com sua vida. 15 ano...