O Amor que Perdemos

Capítulo 31

Passado:

Depois da cirurgia, meu pai teve uma boa recuperação, felizmente. Após alguns dias, voltou ao hospital para uma consulta de retorno e o acompanhei. Daniel nos recebeu e abriu um grande sorriso quando me viu.

— Oi! Como estão, tudo bem?

— Sim, doutor. Depois do susto, agora está tudo bem, graças à Deus. — diz meu pai.

— E com você, tudo bem? — Daniel me pergunta com um tom de voz mais baixo enquanto meu pai se deita para ser examinado. Noto que ele da uma olhada rápida para minhas mãos. Será buscando alguma aliança?

— Sim. — digo com um leve sorriso.

Observo o médico examinar meu pai e sinto uma forte atração repentina. Daniel é bonito e não disfarça muito seu interesse por mim. Ele parece ser um cara bem resolvido na vida, alguém que talvez fosse fácil se relacionar.

— Tá tudo perfeito com o senhor, seu Humberto. — diz com o sorriso de sempre e eu aprendi a admirar esse sorriso.

Depois disso, ele volta o olhar para mim e se demora um pouco. Se tivéssemos em outra situação, imagino que o flerte seria mais aprofundado, mas, no meio de uma consulta com meu pai, fica complicado ter alguma aproximação maior.

— Vocês tem meus contatos, precisando, é só ligar. — diz olhando para mim.

Sendo assim, sem mais nada para fazer por lá, agradecemos e nos despedimos do médico. Eu estava com uma empolgação diferente, fiquei meio excitada com o clima de paquera e não evitei ficar com um sorrisinho no rosto.

— Gostei desse médico. — diz meu pai.

— Ele é simpático.

— Acho que ele gostou de você.

— Você também, pai? A vó disse a mesma coisa.

— Ah, é? Então deve ser mesmo verdade, dona Cândida entende dessas coisas.

Apenas dou um sorriso e o levo de volta para casa.