Chego em casa depois de um dia de trabalho e vou direto para o banho. A água desce pelo meu corpo e eu já me sinto renovada. De repente, ouço que alguém entra no banheiro, mas como estou com os olhos fechados não consigo ver quem é. Ouço o som do blindex e logo depois, um corpo encosta no meu.
Mãos começam a acariciar minha cintura, subir para meus seios, até que uma desce e alcança entre minhas pernas. Solto um gemido com o contato e uma voz sussurra no meu ouvido:
— Eu tava morrendo de saudades disso.
Ao reconhecer tal voz, abro os olhos imediatamente e me viro para encarar Rodrigo nu atrás de mim.
— O que você está fazendo aqui? — questiono.
— Eu precisava ter você de novo, Bela... — ele responde lambendo minha orelha e esfregando sua ereção pela minha entrada.
Rodrigo faz com que eu apoie minhas mãos na parede e segura meu quadril de forma a me deixar inclinada para trás. Não demora para que eu sinta ele me penetrando e me segurando com força. Uma mão volta a me acariciar entre as pernas e sinto que estou já perto de gozar. Quando os primeiros espasmos me atingem, eu abro os olhos e vejo que estou na minha cama, ofegante.
Olho para o lado e vejo Daniel abrir os olhos. Ele me observa e pergunta:
— Tudo bem?
— Sim... acho que tive um pesadelo. — digo, o que não se distancia muito da realidade. Ter um sonho erótico com Rodrigo a essa altura da minha vida só pode ser traduzido dessa forma.
Daniel vira para o outro lado e volta a dormir. Fico olhando para o teto por algum tempo e resolvo me levantar para beber um copo de leite gelado na cozinha. Passo pelo quarto da minha filha e vejo que ela dorme tranquilamente em sua cama. Aproveito o tempo sozinha para refletir um pouco sobre minha vida. Os últimos dias foram de tanta correria que não tive muito tempo para isso.
Eu estava me sentindo muito sobrecarregada em passar o dia no trabalho e ainda cuidar da casa e de Maria Júlia. Como Daniel estava chegando mais tarde em casa, não dividia as tarefas comigo como antes e eu não deixava de me sentir um pouco injustiçada, pois também trabalhava bastante. No entanto, era como se o meu trabalho fosse menos importante do que o dele, era isso que eu sentia em alguns momentos, principalmente vindo dos meus sogros.
Sempre que eu comentava que não tinha oportunidade de fazer algum curso ou atividade que gostaria ou quando acontecia de Maria Júlia ficar doente e precisar ir embora da escola mais cedo, sobrava para mim, pois Daniel não poderia se ausentar do hospital. Eu entendo que os pacientes precisam de atenção, mas, muitas vezes, eu tive que sair do escritório em ocasiões que minha presença era importante.
Claro que quando casei com Daniel eu fazia uma ideia de como seria nossa vida, quem não sabe que médicos são muito ocupados e que nunca estão totalmente desfocados do trabalho, precisando estar à disposição a qualquer momento? Eu só não imaginava que seria tão difícil na prática. Acabo me sentindo sozinha e sobrecarregada, não tendo muita solução para minha situação, pois sempre que eu sugeria contratar uma babá, meu marido era totalmente contra.
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O Amor que Perdemos
RomanceO que acontece quando aquele amor que parecia perfeito tem um final amargo? Isabela e Rodrigo conheceram-se na faculdade e iniciaram um intenso romance, mas alguns acontecimentos resultaram na separação do casal e cada um seguiu com sua vida. 15 ano...