O que acontece quando aquele amor que parecia perfeito tem um final amargo?
Isabela e Rodrigo conheceram-se na faculdade e iniciaram um intenso romance, mas alguns acontecimentos resultaram na separação do casal e cada um seguiu com sua vida.
15 ano...
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Depois da declaração de Rodrigo na praia, fico sem palavras. Ainda bem que ele teve respeito suficiente para não me beijar, pois Deus sabe que dificilmente eu conseguiria resistir. Ficamos nos olhando por alguns segundos e o amor que eu via em seus olhos era difícil demais de lidar. Eu amei Rodrigo demais, vivemos momentos maravilhosos, outros horríveis, mas agora minha vida é outra, não tem mais espaço para ele. Isso era o que meu lado racional dizia, mas meu coração estava confuso.
— Acho melhor a gente voltar. — consigo dizer e ele assente.
Começamos a caminhar de volta para a casa de Natália e o trajeto até lá foi todo em silêncio. Rodrigo coloca as mãos no bolso da bermuda e olha para os pés na areia e para o mar. Apenas quando estávamos quase entrando pelo portão, eu paro e digo:
— Rodrigo. — ele me olha com certa ansiedade e eu continuo — Desculpa por não ter acreditado em você naquela época. Foi tudo muito difícil... o que vi, o que passei, o que perdi...
Ele assente e comenta:
— Eu fiquei muito arrasado por você não ter acreditado, Isabela, mas eu entendo. A gente teve muito azar em como as coisas aconteceram. Eu só queria que você soubesse da verdade, não ia conseguir passar o resto da minha vida sabendo que você me odiava por algo que não fiz.
O destino poderia ser mesmo muito cruel. Ou será que nada disso existia? Talvez a vida fosse uma mera sucessão de acontecimentos aleatórios, mas, como Rodrigo disse, tivemos muito azar. Parece que tudo aconteceu de forma a nos manter separados: a viagem dele; o flagrante que, na verdade, não significava nada; a perda do nosso bebê... tudo isso tinha levado a cada um de nós seguir seu próprio caminho e reconstruir a vida de outra forma, com outras pessoas.
Talvez nós só precisássemos ter essa conversa para fechar o ciclo de mal entendidos, como havia dito meu pai e Natália. Eu ainda carregaria a tristeza de ter perdido meu filho, mas saber que Rodrigo não havia me traído era um alívio para meu coração, há anos machucado com essa hipótese.
Em contrapartida, essa certeza fazia surgir novas angústias, pois ele estava ali na minha frente, dizendo que me amava, disponível para mim, mas quem não estava livre era eu.
Abro o portão e entramos na casa, Rodrigo logo atrás de mim. Avistamos Natália e Gabriel na varanda, Maria Júlia brincava com alguns blocos no chão. Minha amiga nos observa com atenção, eu sabia que ela estava louca para saber sobre o que havíamos conversado e eu estava mesmo com muita vontade de desabafar. Já era início de noite e ela diz:
— Tava só esperando vocês chegarem pra colocar umas pizzas no forno. Vem comigo, Isabela?
— Sim, claro.
Dou um beijo na minha filha e sigo com Natália para a cozinha. Rodrigo fica na varanda, então temos privacidade. Logo ao chegarmos lá, minha amiga dispara:
