O que acontece quando aquele amor que parecia perfeito tem um final amargo?
Isabela e Rodrigo conheceram-se na faculdade e iniciaram um intenso romance, mas alguns acontecimentos resultaram na separação do casal e cada um seguiu com sua vida.
15 ano...
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12 anos trás:
As próximas semanas foram de total desespero e indecisão para mim. Eu ainda não havia tido coragem de contar para Rodrigo que eu estava grávida e ao ver todos os preparativos para a viagem dele, eu ficava cada vez menos inclinada a revelar esse fato. Meu namorado também não estava enfrentando um momento fácil, eu sabia disso. Apesar da sua empolgação com a viagem e o curso, ele estava triste pelo clima que havia se instalado entre nós.
Imaginei, várias vezes, a cena em que eu falava para ele que estava grávida e a imagem mental nunca terminava de forma positiva, eu só via dor, rancor e decepção. Não, eu não podia contar! O que eu iria fazer, então? Não tinha a menor ideia. Ao menos eu tinha uma desculpa para estar sempre abatida pelos cantos, a proximidade da partida de Rodrigo.
Fora Natália, só havia uma pessoa a qual eu não conseguia esconder o real motivo da minha angústia: minha avó. Certa noite, quando saía do banho, ela já estava me esperando sentada na minha cama e tinha um olhar atento.
— Oi, vó. Tudo bem?
— Oi, querida. Me diga você, Isa.
— Ah, vó... você sabe, já conversei com vocês. Tô chateada com a viagem do Rodrigo, falta pouco tempo pra ele ir.
— Eu sei que isso está incomodando muito você, mas tem algo mais?
— Por que a senhora está perguntando isso? — questiono levando minha mão à barriga, instintivamente.
Minha avó acompanha o gesto e volta a olhar nos meus olhos.
— Você acha que não percebi que tem passado mal quase todas as manhãs? E que não quis comer o bolo de milho que eu faço e você tanto gosta?
Só de ouvir falar em bolo de milho, meu estômago já fica embrulhado, eu realmente havia enjoado disso desde que fiquei grávida. Olho para minha vó por alguns segundos e sinto uma imensa vontade de desabafar, não aguento mais suportar esse problema praticamente sozinha. Sento-me na minha cama e olho para as minhas mãos entrelaçadas.
— É, vó... eu não poderia mesmo achar que seria fácil esconder isso de você, não é?
— Oh, minha querida! — ela diz enquanto segura minha mão.
Meus olhos se enchem de lágrimas e balanço a cabeça.
— Eu tomei um remédio que acabou interferindo no efeito do anticoncepcional. Fiz besteira, vó.
— Não fique assim, Isa, não é algo ruim. O que você e o Rodrigo pretendem fazer agora?
— Ele não sabe da gravidez — digo, levantando a cabeça e olhando para ela. — Não quero que ele saiba, vó.
