A.S.P: True Love (Amor Verdadeiro)

65ºCapítulo

Encaro a carta na minha frente lendo e relendo para ver se está boa, e mesmo após me dar por satisfeita eu não consigo tem coragem para assinar. 

Será que é melhor eu entregar em anônimo?!

Não! Pare de ser covarde!

Respiro fundo uma, duas vezes e fecho os olhos tentando me acalmar e refletindo se isso é mesmo uma boa ideia. Lembro da reação do Jack a três dias quando eu disse que queria ir ver a Mônica. 

"-De jeito nenhum! Só por cima do meu cadáver!- Ele se levanta indignado e me encara. -Essa mulher só te fez mal! Ela não merece um segundo da sua compaixão. 

-Jack, isso é mais por mim do que por ela!

-Não, e ponto final!"

Demorou para eu convencê-lo, mas consegui vencer pelo cansaço. Depois pensei melhor e conclui que não estou pronta para ir pessoalmente, então mandarei uma carta e assim que eu melhorar irei visitá-la. 

"Cara Mônica, 

            Para ser sincera eu não sabia como começar a escrever para você, é estranho pensar que, apesar de ser através de uma carta, estamos tendo uma comunicação decente. 

            Não sei como colocar no papel o que estou sentindo em relação a você, não vou ser hipócrita e dizer que está tudo perdoado por termos as duas sofrido nas mãos do Terry, eu também não tinha que me sentir na obrigação de ser empática ou solidaria, já que você é uma das antagonistas da minha vida. 

            Repare que eu não escrevi 'foi' e sim 'é', porque ajudar a me salvar não apagou nada do que você me fez. Mesmo assim obrigada por tê-lo feito, sei que não deva ter sido e nem estar sendo fácil.

           Porém, eu sei que algo aconteceu com você a muito tempo para ter te deixado assim, algo tão horrível que acaba te fazendo transformar esse sentimento em ódio pelos outros. E é sobre esse algo que eu queria conversar. 

            Eu como psicóloga me sinto no dever de te escutar, mesmo que todos os meus instintos me digam o contrário. Eu consigo reconhecer uma pessoa que está pedindo socorro de longe, justamente por ter sido uma. 

            Quero pontuar que somos apenas responsáveis pelas nossas próprias ações e não das dos outros sobre nós, então se o que te perturba for sobre o que um outro fez, eu sinto muito e quero que saiba que não foi sua culpa.

          Como eu já disse, eu não sei o que te aconteceu, mas tenho certeza que por medo ou vergonha você não deixa ninguém entrar e descobrir, e ninguém deve ter feito questão de querer saber ou ajudar. Mas quero que saiba, que estou disposta a te ouvir e ajudar na medida que me for possível. 

           Peço encarecidamente que me responda à essa carta dizendo se aceita ou não, eu não posso garantir que irei imediatamente pois também tenho feridas abertas em relação a você, mas assim que possível me farei presente. Ou se você achar mais confortável, recomendarei alguém de confiança com que você possa conversar mais abertamente.

            Espero que sua recuperação esteja sendo boa. 

            E de novo, muito obrigada por ter ajudado a me salvar. Creio que agora estamos quites. 

                                                                                                             Com respeito e atenção, Kassandra J. V."