A.S.P: True Love (Amor Verdadeiro)

45ºCapítulo - Revisado

Estamos andando de mãos dadas no meio do parque, tudo está perfeito nesse momento com ele conhecendo minha cidade. As pessoas passam por nós e quem me reconhece me cumprimenta, outras pessoas apenas olham para Jack com curiosidade pois é evidente o seu não pertencimento ao ambiente. 

Passamos por lojinhas, quitandas, lanchonetes e os vários pontos turísticos da cidade, Jack adorou cada um deles, ficou encantado e quis tirar fotos comigo para guardarmos de lembranças. Apesar de não sermos religiosos, visitamos a paróquia São Domingos que é linda tanto por dentro quanto por fora. 

-Toda vez que passo perto de uma igreja eu nos imagino casando.- Diz olhando para cima. O observo e já consigo o ver de terno me esperando no altar. 

-Eu também.- Digo e sorrio para ele que me encara com os olhos brilhando. Voltamos para casa quase às três da tarde, mas como sempre o almoço ainda está sendo feito, troco de roupa para ficar mais confortável e vou ajudar minha mãe e minha vó. 

-Minha filha, você está feliz?- Minha mãe pergunta me pegando de surpresa. 

-Nossa...-Coço a garganta e balanço a cabeça.- Sim, eu estou feliz. 

-E por que?- Dessa vez foi vovó quem perguntou. Franzo o cenho por não saber o que responder. 

-Não sei, eu...só estou.- Elas se olham e se aproximam. 

-Querida, você ama aquele homem?

-Sim, eu o amo demais.- Sorrio.

-Pretende se casar?

-Nós andamos conversando muito sobre isso, e queremos nos casar.- Digo suspirando. -É tão estranho, eu nunca tinha pensado em me casar, sempre foquei na minha carreira, no meu futuro.- Sorrio me lembrando dos olhos verdes brilhando ao me encararem. -Mas o Jack abriu um espaço no meu coração, ele me fez perceber coisas sobre mim mesma que eu não sabia. Eu me sinto mais viva com ele.

-Você quer ter filhos?- Paraliso e olho para um canto vazio da cozinha. Como vou dizer a elas que não quero engravidar com medo de acontecer alguma coisa?! 

-E-Eu não...- Respiro fundo e encaro cada uma nos olhos. -Eu não sei, mas não me imagino grávida. Mas quero ter filhos, pensamos em adotar. 

-Não quer ter filhos biológicos?- Nego com a cabeça e olho para o chão, chuto uma bolinha imaginária. -Filha, nós amaríamos uma criança na família, sendo do nosso sangue ou não. Mas quero saber o motivo dessa escolha.- Minha mãe coloca uma mão de cada lado do meu rosto. Sinto meus olhos marejarem e desvio o olhar. 

Como dizer a sua mãe que você tem medo de que aconteça a mesma coisa que aconteceu com ela?! Que aconteceu com a mãe dela?! Não quero passar o mesmo que elas, a mesma dor, sofrimento. Parece tão cruel dizer isso, pensar isso, não quero magoa-las.

-Me desculpem, mas eu não posso...- Deixo as lágrimas caírem em um choro silencioso. 

-Filha, a gente entende e sabe seus motivos.- Sinto meu rosto esquentar, mordo o lábio de vergonha. 

-Sim, minha querida, eu e sua mãe ficamos do mesmo jeito antes de engravidarmos.- Minha vó segura o choro e isso parte meu coração. Puta merda! -O que aconteceu comigo, não desejo para nenhuma pessoa! Perder um bebê é uma sensação parecida a estar no inferno. Você se sente culpada, insignificante e impotente.- Ela segura a mão da minha mãe. -E quando eu consegui manter uma gravidez até o final, eu tive o melhor presente do mundo. Infelizmente Kendra passou pelo mesmo que eu. 

Abraço as duas ao mesmo tempo. Esse assunto é muito delicado para elas e admiro a coragem de tocarem nele. 

-Filha, você foi o maior presente pra mim, mesmo eu não podendo mais ter filhos.- Choro mais. -Eu sei que você se culpa, mas meu amor, você não tem culpa de nada!- Soluço alto e sinto seus braços me apertarem mais.