A.S.P: True Love (Amor Verdadeiro)

23ºCapítulo - Revisado

Depois de desembarcarmos no aeroporto de Nova Orleans, fomos direto pegar as malas. 

-Tudo bem?- Ele pergunta. -Você não dormiu e parece meio pálida.- Acaricia minhas bochechas com os polegares.

-Estou bem, só um pouco enjoada. Daqui a pouco passa.- Dou um pequeno sorriso, ganho um beijo na testa. Seguimos para aquela esteira super-legal que tenho o sonho de subir, e esperamos as nossas bagagens.

-Aqui, uma das suas vinte.- Mostro a língua para ele e pego minha mala da sua mão. -Tenho ideias melhores para essa língua.- Sussurra. O olho incrédula.

-Estamos em público!- Dou risada.

-Melhor ainda, mais emocionante.- Dou um tapa no seu braço, ele ri e eu o acompanho.

-Idiota.- Ele me puxa pela cintura e me da um beijo digno de cinema. 

-Pronto, agora podemos ir.- Começamos a andar em direção a saída, sinto meu estômago revirar.

-Jack.- Chamo, ele se vira e logo seu sorriso morre ao me ver.

-Kassandra?! Tudo bem?- Ele coloca a mão na base da minha coluna como se eu fosse cair, e eu provavelmente ia cair.

-Não. Preciso vomitar.- Me desvencilho dele e praticamente corro para o banheiro, chegando lá, eu abro com tudo uma das cabines e vomito tudo o que eu comi ontem a noite. Sinto como se as minhas tripas quisessem ir para o vaso junto, uma dor terrível me atinge bem no meio do estômago e na garganta, lágrimas saem dos meus olhos e minha vista escurece. Quando termino, me bate uma tontura e eu acabo me sentando no chão da cabine fechada, fecho os olhos e respiro fundo. -Porra.

Jack

Quando descemos do avião, eu percebi ela meio diferente, mais pálida e mole. Perguntei se estava tudo bem e ela me respondeu que sim, pegamos nossas malas e quando estávamos indo embora, ela sai correndo para o banheiro. Rapidamente, procuro algum funcionário para vigiar as bagagens e vou atrás dela.

-Kassandra?!- Chamo no banheiro vazio, entro devagar. -Kass?!- Nada. -Amor?! Me responde! Estou preocupado!- Entro mais no banheiro e vajo uma única cabine fechada. -Kassandra, é você?- Bato de leve na porta. Ouço um murmúrio. Silêncio, e depois a porta se abre junto com o barulho da descarga. Ela sai e parece horrível, como se estivesse doente. Meio verde, olheiras, boca ressecada, olhos sem brilho, tremula e fraca. -Amor?!

-Tudo bem.- Diz baixinho, quase em um murmúrio.

-Não, você não está nada bem. Vamos a um hospital.- Pego delicadamente em sua mão gelada.

-Não precisa, eu vou ficar bem.- Sorriu sem vontade. Ela vai até a pia e faz um gargarejo com água, depois lava o rosto e a mãos. Pega um papel toalha e se seca. -Muito melhor.- Ela se vira e me olha com esses olhos doces e gentis.

-O que aconteceu?

-Eu não sei, deve ter sido um enjoo de avião. Vamos embora.- Ela anda até a porta e logo sai, respiro um pouco e a sigo.

******

Deixo ela na sua casa, com relutância, e vou para o meu apartamento. Chegando em em frente ao meu prédio, pago o táxi e recolho minhas malas, subo o elevador e passo pela porta.

-Finalmente.- Tranco a porta e me jogo no sofá, respiro fundo e fecho os olhos. Que viagem cansativa do caralho! Apesar de várias vezes que eu quase transar com a Kass, roubar beijos dela, de ela roubar beijos meus, das conversas noturnas e dos jantares românticos, eu estou cansado.

Me levanto e vou para o meu quarto, tomo um banho quente. Visto uma cueca boxer preta e uma calça de moletom cinza. Pego minhas malas e organizo minhas roupas, reviro os olhos e sorrio de canto. No domingo, ela praticamente me arrastou até algumas lojas temáticas que estavam em liquidação, acabei sendo envolvido pelo espírito da compra.