2ºCapítulo - Revisado

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Ele é tão bonito, tenho vontade de passar os dedos por esses cabelos, mas o que mais me chamou a atenção são seus olhos. Um verde tão intenso que é possível se perder neles.

-Bom, acho que estamos em desvantagem aqui.- Ele quebra o silêncio me tirando dos meus pensamentos, tento me recompor.

Primeiro dia de trabalho, não vai passar vergonha!

-Como assim?- Pergunto curiosa.

-Bom, apesar de nossos pais serem amigos, nunca nos conhecemos.- Aponta com o cenho franzido em confusão e um sorriso divertido.

-Verdade.- Concordo relaxando o corpo. Aonde ele quer chegar?!

-Eu gosto de me sentir a vontade com meus colegas de trabalho.- Ele anda até a sua cadeira tirando o paletó e dobrando as mangas da camisa social até os cotovelos, tira a gravata e guarda na gaveta. Ele me olha e lança um sorriso de canto. Deus, por quê?! -Além de gostar de vê-los a vontade.- Lambe os lábios me fazendo ofegar.. -Por isso acho mais plausível nos conhecermos melhor.

Ofego e o ar pesa nos meus pulmões. É impressão minha ou está mais quente que um vulcão no inferno?!

-O-O que está fazendo?- Gaguejo e minhas pernas tremem. Me sinto uma idiota por estar reagindo assim a um cara que eu mal troquei duas palavras.

-Sente-se.- Ele indica a cadeira a sua frente, forço minhas pernas a cumprirem suas funções básicas. -Vou fazer uma entrevista com você.- Sinto meu coração acelerar. Só me falta esse homem não querer que eu trabalhe aqui! -Não se preocupe, ainda terá o emprego.- Suspiro aliviada, tento controlar minha respiração e ser o mais profissional possível.

Sento-me na cadeira indicada e respiro fundo, ouço ele grunhir baixo e suspirar quando cruzo as pernas.

-Estou pronta.- digo e olho fundo em seus olhos com a abeça erguida tentando demonstrar uma atitude e confiança que particularmente não fazem parte de mim. Ele abre uma gaveta pegando um papel, percebo ser o meu currículo e mexo as mãos ansiosa.

-Fez psicologia, fala inglês e espanhol fluentes e um pouco de italiano.- Sorri pequeno ainda olhando para o papel. -Estagiou em uma ONG que exerce várias causas, mas a principal é o câncer de mama.- Ele me olha com surpresa e depois... Admiração?! -Ainda frequenta a ONG?

-Sim. Ajudo com as pacientes em recuperação. Sou a "orientadora" nos finais de semana.

-Interessante. Você não é estadunidense?

-Não, sou brasileira... do sudeste.- Digo e uma pontinha de saudade de Minas Gerais me atinge.

-Seu pai gerencia a sede brasileira da empresa, não é?- Jack deixa o papel de lado e me olha atentamente.

-Sim.- Respondo hesitante. Com certeza ele deve pensar que consegui esse emprego apenas por ter contatos.

-E a sua mãe?

-Ela é professora na faculdade da cidade e tem uma loja de antiguidades.- Digo intrigada, por que tantas perguntas?!

-Meu pai disse que você também morava com a sua avó.- Ele parece estar com um interesse genuíno na minha vida, me remexo na cadeira desconfortável sob seu olhar brilhante.

-Sim, ela mora com os meus pais. Ela é juíza.- Digo com orgulho, dona Kimberly é uma das minhas maiores inspirações. Ele fixa os olhos em minha boca por um tempo e parece viajar em seus pensamentos, ofego baixo.

Já li várias vezes que é possível se excitar apenas com o olhar de outra pessoa, eu não acreditava até agora. Aperto minhas pernas uma na outra sentindo meu baixo-ventre tremer, minha respiração acelera.

-Vamos começar o seu treinamento.- Diz como se saísse de um transe e olha alguns papéis que estavam em cima da mesa. -Quero que grife algumas coisas com esses marca textos.- Me entrega alguns contratos. -Esses são contratos antigos. Não aceitarei erros.- Me entrega marca textos nas cores laranja, verde e amarelo. -Laranja é para quantia de produto, verde são as pessoas envolvidas na negociação, e amarelo outras informações essenciais. Não se esqueça de ler as letras miúdas e pode grifar também os nomes das empresas envolvidas.- Pego os contratos e eles tem oito folhas cada.

A.S.P: True Love (Amor Verdadeiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora