OITO

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#mentaEcanela

               Sentia que estava prestes a enlouquecer. Faziam quase dois dias desde a publicação daquele maldito artigo e Hoseok ainda sentia raiva de Taehyung na mesma intensidade de quando o colocou contra aquela parede.

As palavras ecoando em sua mente e o fato de ter acabado de sair do tribunal o deixava transtornado. Ele sabia que Suho terminaria sendo inocentado pelas acusações de homicídio, teve certeza disso quando olhou no fundo dos olhos da advogada de defesa.

O julgamento ainda se estenderia por muito mais tempo, no entanto, agradecia por sua parte naquela história ter chegado ao fim. Porque mais um pouco e surtaria de vez.

E pensava em Taehyung novamente, naquele maldito repórter no qual amaldiçoava até a próxima encarnação. Estava puto por saber que talvez ele tivesse razão, que talvez não houvesse investigado mais afundo e isso estava o corroendo por dentro.

Queria pegar Taehyung e esgana-lo, mas não podia, quem sabe colocar uma foto de seu rosto em um dos manequins do estande de tiro ajudasse.

Os limpador de para-brisas ia de um lado para o outro, afastando as gotas grossas de chuva que embaçavam o vidro. Batucou os dedos no volante de forma impaciente, só queria chegar em casa antes da hora de dormir de Haewon.

Queria chegar a tempo para que pudessem assistir o filme, no qual vinha prometendo a dias que veriam juntos.

Um carro disparou na faixa ao lado da que estava, o assustando. A água acumulada na rua jorrou para todos os cantos e na calçada, terminou de molhar um homem que mal podia ser notado por conta daquele aguaceiro todo.

Franziu o cenho, viu o homem berrar em frustração, mostrando o dedo e mais um pouco, teria atirado a primeira pedra que encontrasse naquele maldito carro.

Assim que passou por ele, o reconheceu e não soube conter a risada. O assistiu se distanciar pelo retrovisor, e foi quando um segundo carro passou e mais uma vez o banhou com toda a água da calçada.

Sentiu pena dessa vez, e odiou-se por isso, teria seguido seu rumo e passado direto, mas o que fez foi dar a ré e parar o carro ao lado dele.

De cenho franzido o homem se distanciou do carro e quando Hoseok abaixou o vidro quis evaporar.

– Não tem água em casa, não, Kim?

– Vai se foder, Jung, não estou com paciência pra lidar com você e suas babaquices – cruzou os braços e voltou a andar.

– Taehyung, entra no carro.

– Já disse que não estou afim das suas gracinhas.

– Entra no carro, idiota, eu te deixo em casa.

– Não.

– Puta merda, prefere pegar um resfriado?

– Prefiro – resmungou, afastando o cabelo molhado do rosto.

Hoseok teria o deixado para trás depois disso, mas a pele lívida e os lábios roxos de Taehyung não o deixaram fazer isso. Ele parecia estar prestes a congelar.

– Entra no carro – pediu, parando de maneira brusca encontrando novamente o olhar furioso de Taehyung.

– Me deixa em paz.

– Entra, ou eu desço para te buscar.

– Duvido.

Hoseok abriu a porta, desceu e Taehyung estava surpreso demais para reagir quando teve seu braço agarrado e fora arrastado para dentro do carro.

Quando Os Anjos DormemOnde histórias criam vida. Descubra agora