CATORZE

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#mentaEcanela

            Quando ofereceu a ele ajuda, não esperava que fosse ser tão complicado. Não faziam nem dois dias em que estava trabalhando naquilo, e já havia visto portas baterem na sua cara mais vezes do que se pode contar.

Estava frustrado com toda aquela incapacidade, sabia que não possuía a mesma autoridade que um policial, e por isso as pessoas tendiam a ser mais difíceis de moldar.

Estava difícil arrancar quaisquer informações sobre as tais mulheres, sua lista estava crescendo, mas com uma lentidão extrema.

– Reparei que o seu prazo está quase no fim e eu ainda não li um rascunho sequer, Taehyung – ele ouve a voz de Namjoon, e o ranger da porta ao ser fechada logo após ele entrar na sala.

– Preciso de mais tempo.

– Por que?

– Porque o que eu tenho é grandioso.

– E do que se trata?

– Vou enviar o rascunho assim que tiver tempo – abriu a carteira de cigarros, seguindo até a janela com um deles entre seus lábios.

– Chega de rodeios, Taehyung. Eu pedi uma matéria e ainda não tenho nenhuma.

– Desde quando você é tão exigente? – indagou, ascendendo o cigarro.

– Desde o momento em que eu dou à um funcionário um prazo e ele não o cumpre como deveria.

– Eu disse que preciso de mais tempo.

– Não inverta os papeis, Taehyung – se aproximou dele – Eu sou o chefe aqui.

– Eu sei – o encarou, tragando o cigarro e soltando a fumaça com uma demora considerável – Não estou te contrariando ou subestimando a sua autoridade – gesticulou – Eu realmente, só preciso de mais tempo.

– Por que?

– Estou trabalhando com o Hoseok.

– O policial?

– É.

– O mesmo do "pior encontro" que você já teve?

– Ele mesmo.

– O que 'tá rolando, Tae? – cruzou os braços com um sorrisinho.

– Até que ele beija bem – dá de ombros e Namjoon arqueia as sobrancelhas – Tem uma pegada boa... – sorriu – E vai me deixar escrever o que eu quiser.

– Vai, é?

– Vai, porque dessa vez ele precisa de mim – tragou o cigarro – Então, por favor, Nam, me dê mais alguns dias.

– Eu subestimei mesmo a sua determinação e capacidade. Você consegue tudo o que quer, não é, Taehyung?

– Tudo o que eu quero – sorriu convencido.

– Você tem mais duas semanas – depositou um tapinha no ombro dele, deixando a sala instantes depois.

Taehyung segurou o cigarro em seus lábios, esfregando as mãos uma na outra pelo frio que adentrava a janela. Viu o céu fechado e imaginou que daquela noite não passava, nevaria com toda certeza.



Largou a pasta recheada de papeis sobre a mesa do capitão, o prazo havia acabado, havia tentado cerca de duas vezes convencer aquele velho ranzinza à lhe deixar dar seguimento ao caso.

Mas obviamente, ele não o escutou. Estava desesperado com a pressão que estava sofrendo para dar um fim naquele caso aterrorizante, e capturar o monstro que estava por aí cortando pessoas em pedacinhos.

Quando Os Anjos DormemOnde histórias criam vida. Descubra agora