SEIS

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  #mentaEcanela

          Estava chovendo bastante lá fora. O céu parecia estar se desfazendo em água.

Yoongi soltara um suspiro arrastado assim que entrou no prédio do departamento, fechou o guarda-chuva, limpando as solas dos sapatos no carpete. Adentrou o elevador e observou os números mudarem conforme subia.

Parou no terceiro andar e deixou a caixa de metal, as portas se fecharam segundos depois. Marchou até a sala do detetive e sequer precisou bater, a porta fora aberta antes disso.

– Chegou bem na hora – Jung disse, conferindo rapidamente as horas em seu relógio de pulso.

Yoongi soltou o ar evidenciando o seu cansaço.

– Às vezes eu gostaria de pegar mais casos fáceis. Essas situações complexas estão acabando comigo – reclama e Hoseok solta um riso soprado – O relatório da analise dos pertences apreendidos na casa da vítima – ele lhe estende uma pasta vermelha etiquetada.

Jung assentiu, folheou os documentos e analisou algumas das fotos presas entre as folhas por clipes de papel. Leu rapidamente as descrições e tornou a fechar a pasta, a levando para junto dos arquivos que carregava embaixo do braço.

– Tem algo que queira pontuar antes do show começar? – arqueia as sobrancelhas, o fitando por um instante.

– Tinha sêmen tanto nos panos de cama como em algumas das roupas dela, pijamas e afins... Mas não é isso o que me deixa intrigado.

– E o que te deixa intrigado?

– Não achamos nada que seja de lã vermelha. Não haviam luvas, nem suéteres, cachecol, toucas, meias... Hoseok, não tinha nada.

O detetive parou, virou-se para o perito e franziu o cenho.

– Tem certeza?

– Eu revirei cada canto daquele apartamento, duas vezes, então sim, eu tenho certeza – seus olhos estavam vidrados, haviam olheiras embaixo dos olhos e Hoseok não precisava de muito mais que isso para ter certeza de que ele já estava arrancando os cabelos – Como fibras de lã vermelha foram parar na cena do crime, Jung. Como?

E Hoseok balança a cabeça.

– Ele pode ter descartado no caminho, mas essa teoria não faz sentido, teríamos visto isso nas imagens das câmeras de trânsito...

– Que não serviram muito, não é? – cruza os braços – Convenientemente as câmeras de segurança do posto não mostram a menina sair do carro, não mostraram ninguém suspeito se aproximar, e sequer podemos confirmar que ela estava dormindo nos bancos de trás naquele momento, como ele disse que ela estava. Em sequencia, a rodovia onde ela foi encontrada morta não era monitorada, falha do departamento de trânsito, eu sei, mas tudo isso é uma puta coincidência, não acha?

– Ele sabia o que estava fazendo. Mas identificamos a origem da sacola usada para cobrir a cabeça dela, não é?

– Ainda não entendo como o cara pode ter conseguido fugir das câmeras, mas foi burro o suficiente para por um saco plástico com suas digitais gravadas nele na cena do crime. Serio, Jung, não entendo.

E o detetive dá de ombros.

– Pessoas cometem erros, Yoongi.

E voltam a seguir seu caminho pelo corredor.

– Quanto ao mandado para a coleta do DNA?

– Está aqui – tira do bolso uma folha de papel dobrada e a entrega ao perito – Um mandado para a coleta do DNA de todos os homens da casa, ainda que já saibamos de quem seja o DNA encontrado nas coisas da menina... Mas você sabe, protocolo.

Quando Os Anjos DormemOnde histórias criam vida. Descubra agora