Capítulo 9

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Norman olhava para os lábios entreabertos e avermelhados de Ray, e Ray olhava seus olhos azuis, seus corações estavam disparados no peito.
Ray passou a língua entre os lábios e engoliu em seco, o albino chegou um pouco mais perto, sua respiração era lenta e pesada.

— Ray, Norman! Eu acabei de chegar! — Isabella falou alto, e isso fez os dois se afastarem rapidamente — Vocês estão em casa?!

— Sim, nós estamos! Já estamos descendo. — Ray gritou, ele caminhou até a porta, mas foi impedido de sair do cômodo por Norman — O que você quer?!

Norman puxou Ray para seus braços, Ray se assustou por um breve momento, foi então que seus lábios foram selados, Norman fechou os olhos lentamente, o coração de Ray saltou e seus olhos começaram a se fechar, porém ele os abriu novamente e empurrou Norman.

Outra hora. — ele falou e logo se apressou em sair do quarto.

Norman abriu um pequeno sorriso, ele levou os seus dedos aos lábios e sentiu seus olhos lacrimejarem.

— Droga, meu coração pertence a você completamente, você é a calmaria da tempestade do meu coração, eu te amo tanto. — ele murmurou para si mesmo.

Dez anos antes

Norman observava o garoto de cabelo preto lendo um livro, seus olhos verdes estavam focados na leitura.

— Por quanto tempo você vai ficar olhando para mim? — Ray disse fechando o livro e olhando para Norman.

— Desculpe, eu... estou triste, eu perdi tudo, minha mãe.. — choramingou Norman.

Ray suspirou.

— A gente sabe que não pode usar mais aquele traje, que não serve mais para a gente e nunca mais vai servir. Mas a gente fica feliz por um dia ter tido a peça. Por uma vez na vida ter cabido naquele traje e rodopiado com ele numa noite estrelada. E, mesmo que hoje as músicas sejam outras, e que os trajes sejam muito mais elaborados e bonitos, a gente ainda se lembra com carinho daquele. E depois guarda no baú. Pois entende, finalmente, que tudo tem seu tempo, e que um dia seremos o traje velho de alguém também. — Ray começou a falar — Comece a encarar as perdas desse jeito.

Os olhos de Norman se iluminaram enquanto Ray falava, seu coração, por algum motivo, estava cheio de felicidade.

— Obrigado. — Norman sorriu gentilmente.

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Bom o suficienteOnde histórias criam vida. Descubra agora