Capítulo 38

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Quando Ray percebeu que Norman não iria sair por aquele portão de desembarque, algo dentro dele morreu, porque isso significava que o novo Ratri havia feito sua escolha e essa escolha não incluía retornar para seus braços. Seus olhos verdes que brilhavam de tanta expectativa e ansiedade se encheram de lágrimas, e essas lágrimas escorreram pelo seu rosto, Isabella tocou seu ombro.  Mas naquele momento ele não tinha ninguém, apenas um vazio imenso. Norman o abandonou. Ray está sozinho. De novo.

— Por que? – Ray falou tão baixo que duvidou da própria voz, ele mordeu o lábio inferior com força enquanto algo dentro de seu peito se apertava, se contorcia. – Ele mentiu? Ele mentiu para mim, mamãe.

— Ray, querido, por favor... não chore, tem que haver alguma explicação. – Isabella disse olhando para o moreno, seus olhos violetas afundaram em uma tristeza inexplicável ao ver seu filho nesse estado. – Há alguma explicação, tem que haver.

Ray ficou quieto, esperou mais vinte minutos, esperou receber alguma notícia de que um voo estava atrasado ou cancelado, mas nada. Ele pegou o celular para ver se tinha alguma mensagem de Norman, mas não havia nada. Ele pesquisou as últimas notícias para ver se havia algum voo que sofreu alguma coisa, mas não encontrou nada. Não tinha absolutamente nada. Nenhuma explicação.

— Ray, talvez... – Isabella começou a falar, mas o outro balançou a cabeça e a interrompeu:

— Ele não quis voltar. – Ray disse, passando a mão pelo rosto, tentando enxugar as lágrimas. – Vamos embora mãe.

A mulher permaneceu quieta, ela concordou, mas antes abraçou Ray com força, como se quisesse que toda aquela dor fosse embora, mas isso era impossível. O caminho de volta foi silencioso e quando chegaram, ele se trancou no quarto e mandou outra mensagem para Norman. E mais outra. E mais outra. Ele ligou. Ray ligou para Norman 27 vezes e todas as suas ligações foram recusadas.
E isso o matou, de certa forma.
De repente, a porta se abriu e uma garota ruiva entrou preocupada e tropeçando nos próprios pés, ela fechou a porta e correu até Ray, que estava sentado no chão com o celular nas mãos e o abraçou. Emma abraçou Ray com força.

— Ray... sua mãe ligou para a minha para contar o que aconteceu, vim o mais rápido possível. – Ela disse – Ray, independente de tudo isso, saiba que a culpa não é sua.

E isso fez Ray desabar. Um soluço, que estava preso no fundo da garganta, libertou-se.

— Você foi bom o suficiente, mas no final foi Norman quem não foi bom o suficiente para você.

Outro soluço escapou dos lábios de Ray.

— Por que, Emma?

— Não sei, algumas coisas simplesmente não têm explicação, principalmente quando se trata de pessoas e... de amor.

Ray se afastou do abraço da ruiva, ela olhou para ele, o moreno pegou novamente o celular e tentou ligar de novo.
De novo sua ligação foi recusada.

— Ray, por favor, pare. Não faça isso. Pare com isso. Você pode ligar para ele por toda a vida, mas ele sempre recusará suas ligações. O caminho agora é diferente e você precisa traçar esse novo caminho.

Ray ficou quieto, deixou o celular no chão frio de madeira, que agora, neste momento, parecia ainda mais frio, ele desviou o seu olhar, olhando para a parede branca onde os dois costumavam se sentar e conversar, se abraçar e trocar beijos. Ele fechou seus olhos.

— Se a promessa de voltar era mentira, todo o resto também era mentira? Que eu era incrível, que ele me amava? Ele... me fez amá-lo e depois foi embora. Qual é a lógica disso, Emma? – Ray disse abrindo seus olhos e virando seu rosto para a garota.

— Não, não e não! Você é incrível. Tudo o que ele te disse, o quão incrível você é, é verdade. O resto, bem, não posso te dizer, porque eu não sei. Mas se eu soubesse a resposta, eu te contaria. Eu juro.

Ray riu, mas não tinha graça nenhuma.

— No final, Emma, ​​​​eu era realmente uma peça no tabuleiro dele. E no final de tudo, só restou você.

— Você sabe que seremos nós dois para sempre. Eu te amo, Ray. E se eu ver Norman na rua, vou dar um soco naquele rosto pálido dele. – Emma disse com aquela confiança nos olhos que só ela tem, ela sorriu e Ray permaneceu em silêncio olhando para ela.

— Eu também te amo, você é minha melhor amiga para todo sempre.

— E você o meu.

Eles ficaram em silêncio, agora Ray será forçado a traçar um novo caminho, mas ele ainda não odeia Norman. Algumas questões inexplicadas hoje podem ter uma explicação no futuro. Cadeados trancados sempre se abrem depois.

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Olá, como vocês estão?
No próximo capítulo vai ter uma “pulação” de anos grandinha, viuu???

Bom o suficienteOnde histórias criam vida. Descubra agora