Os Elementais: A Ascensão da Fênix

Aron

- Me solta! - eu disse com autonomia.

- Ei, fala baixo! Eles vão ver a gente - respondeu o menino arrogante da biblioteca, ainda com a mão agarrada em meu braço.

- O que você quer comigo? - apesar do nervoso que estava sentindo, tentei parecer séria e firme.

- Calma aí, não precisa dar showzinho de bravura de novo... - ele falou com um tom debochado.

Irritada, chutei sua canela, o que fez o menino se contorcer e soltar meu braço. Seu capuz caiu nesse momento e pude ver seu rosto de maneira mais clara.

- Ai! Por que você fez isso?

- Por que eu fiz isso? Porque eu não sei você, mas de onde eu venho não é muito normal sair puxando as pessoas pelo braço pra cantos escondidos!

Ele deu um sorrisinho sarcástico, o mesmo da primeira vez que o encontrei, o que me deu nos nervos.

- Eu realmente não sei qual é a sua... e quer saber? Não tenho a mínima vontade de entender! - me virei pra ir embora dali.

- Nem se eu te ajudar a saber mais sobre os Hostibus? - ele falou com uma voz tentadora.

Eu parei. Por um momento, suas palavras despertaram meu interesse e me fizeram voltar atrás.

- O que você sabe sobre eles? - perguntei, ainda séria.

- Calma, nós não vamos nem fazer uma apresentação antes? - ele fez um biquinho ridículo. - Me chamo Aron, muito prazer - ele fez uma reverência.

- Eu sou a Angel. E não precisa fazer seu showzinho pra mim - pisquei e sorri com desdém. - Agora pode me contar mais sobre os Hostibus?

- Acredito que você vai preferir ver com seus próprios olhos... Me segue.

Hesitei, mas fui andando atrás dele. Aron começou a andar com passos leves para não fazer barulho e foi até a janela da biblioteca, abrindo-a com cuidado. Ele pulou pra parte de dentro e estendeu a mão para me ajudar, mas simplesmente o ignorei e entrei sozinha. Fomos até o balcão do recepcionista, onde ele retirou o casaco, se atirou sobre a poltrona e começou a mexer no computador.

Com os braços à mostra, pude notar que algumas tatuagens e símbolos estranhos se espalhavam por todo seu braço. Aron era alto, tinha olhos azuis e cabelos bem escuros e meio rebeldes, com curvas nas pontas que se misturavam com a parte lisa de cima. Seu maxilar era definido e seu rosto tinha traços fortes e delicados ao mesmo tempo (em outras palavras, o menino era um convencido arrogante, porém era extraordinariamente lindo).

- O que tá fazendo? - cochichei.

- Os registros sobre os Hostibus são restritos, você não vai encontrar nada sobre eles nos livros comuns que a escola disponibiliza pra nós - ele respondeu enquanto digitava concentrado.

- Então não tem nada aqui. Por que tá procurando ainda? - comecei a ficar confusa.

- Bem, eu disse que a Statera não permite que nós alunos leiamos sobre eles... mas isso não significa que os líderes não têm acesso.

- É, você tem um ponto - respondi.

- Apenas confia em mim, anjinho.

- Não tão cedo. E por favor, não me chame assim - balancei a cabeça e cruzei os braços.

- Como quiser, anjinho - ele revirou os olhos e voltou a procurar as informações no computador. - Bingo! Vem comigo.

Aron anotou alguns números na mão e depois começou a subir as escadas da biblioteca. Ele foi até a última sessão de livros, a de Regras e Normas, e entrou num quartinho pequeno que parecia ser um depósito.