Segunda-feira, 9 de Fevereiro.
O dia começou com o som mais insuportável possível: despertador, seis da manhã. E apesar da desagradável maneira pela qual fui acordada, estava um tanto quanto ansiosa para começar o dia. Era o primeiro na escola nova. Um dia de mudanças.
Em minha vida toda, estudei em apenas duas instituições estudantis e pretendia terminar o colegial na minha antiga, mas por um motivo específico meu pai cismou que eu deveria ir para a minha atual. Que seja, sem mais enrolação. Eu precisava me levantar e ir enfrentar aquela batalha, de uma forma ou de outra.
Me espreguicei, saí da cama e, antes de começar a arrumação, coloquei uma música pra tocar enquanto eu me preparava.
*Dear Maria, Count Me In - All Time Low*
Assim que fiquei de pé, fui direto pro banheiro e iniciei as preparações: escovei os dentes, lavei o cabelo e fiz uma hidratação rápida pra deixar ele sedoso e soltinho. Enquanto a água quente escorria pela minha cabeça, fiquei imaginando como seria essa nova etapa e tudo que estava prestes a começar. Eu tinha que admitir, estava animada para a mudança.
Depois que terminei o banho, por fim me sequei e revirei minha mala à procura da roupa que iria vestir na viagem. Ah, tem esse detalhe. Eu iria morar na escola, assim como os outros alunos, que possuem seus dormitórios e um colega de quarto.
Voltando a rotina, finalmente escolhi minha roupa. Geralmente não me arrumo taaaanto para um dia de aula normal, mas esse era diferente, então vesti uma blusa preta lisa, uma calça preta rasgada e uma jaqueta jeans azul. Coloquei o resto das roupas na mala e terminei de me arrumar: finalizei o cabelo com o secador e fiz leves cachos nas pontas com o babyliss; para maquiagem, algo básico: corretivo, um pouco de blush sem brilho e rímel preto. Por fim, coloquei meu colar com um pingente de asas que sempre uso. Eu ganhei quando era bem pequena e uso desde então, é meu favorito!
Peguei minha mala, minha mochila, meu violão e o resto das coisas e enfim desci para tomar café. Meu pai já me esperava à mesa, havia preparado waffles pra mim (meus preferidos) e me esperava enquanto lia as notícias no jornal.
- Angel! Bom dia, filha - ele disse abrindo um sorriso pra mim.
- Bom dia, pai! - falei indo em sua direção e lhe dando um beijo na cabeça.
- Animada? - ele perguntou enquanto me observava sentar à sua frente.
- Um pouco nervosa, mas estou feliz, confesso - disse enquanto colocava 2 waffles em meu prato e os cobria com mel.
- Vai dar tudo certo, confie em mim.
Sorri com os lábios enquanto mastigava. Ia sentir saudades de acordar e comer os waffles do papai todos os dias. Sempre foi assim, eu e ele, ele e eu. Minha mãe nos deixou quando eu tinha 3 anos e meu pai raramente fala dela. Ela deixou uma carta antes de ir, disse que era necessário, que nós não iríamos entender naquele momento, mas precisávamos deixá-la ir e não correr atrás. Desde então, nem meu pai nem eu sabemos onde ela está. E não me interessa. Sobrevivemos esse tempo todo sem ela mesmo...
Depois de terminar de comer, guardei o resto das coisas na mochila e calcei meu tênis. Me despedi de Bruce, nosso gatinho, e fui em direção ao carro com minhas bolsas. Meu pai me levou até a rodoviária, onde eu pegaria o ônibus até Soul City, a cidade onde se encontrava minha nova escola.
Após estacionar, descemos do carro e ele me acompanhou levando minha mala até a porta do ônibus. Meu pai me abraçou forte por um bom tempo e eu devolvi o abraço. Quando ele me olhou nos olhos, pude ver que estava emocionado.
- Pai! Não chora, bobo - falei enquanto ria de sua carinha de choro.
- Minha menina crescida com 16 anos indo estudar e morar longe... tô velho mesmo!
Rimos juntos e nos abraçamos mais uma vez.
- Te amo muito, meu coroa.
- Te amo, filhota. Agora vai lá, não quero te atrasar - ele disse enquanto enxugava as lágrimas e tentava disfarçar.
Cruzamos os mindinhos e piscamos. Esse era nosso toque. Ele me entregou minha mala e coloquei-a no bagageiro do ônibus, e enfim, entrei e sentei em um acento mais para o fundo, perto da janela. Me acomodei, coloquei meus fones de ouvido e fiquei esperando dar o horário de saída. Seria uma viagem de 2 horas (+30 minutos incluindo uma parada rápida).
Pontualmente, o veículo começou a andar e acenei para meu pai pela janela, que sorriu e acenou de volta.
A viagem foi linda. A estrada estava vazia, acredito que por conta do horário. Era repleta de árvores lindas que brilhavam diante da luz do Sol; o céu estava num azul radiante, com a presença de poucas nuvens. Fiquei o trajeto inteiro admirando aquela vista estupenda e ouvindo músicas agradáveis de minha playlist.
(algumas delas, pra ouvir durante a leitura ;)
☆ 93 million miles - Jason Marz
☆ Paradise - Coldplay
☆ Fast Car - Boyce Avenue cover
Eu não conseguia parar de pensar em como minha vida ia mudar e como tudo seria! Estava ansiosa para conhecer a galera da nova cidade... as pessoas com quem eu daria risadas e viveria coisas incríveis.
Após mais ou menos uma hora de viagem, estacionamos em uma lanchonete para uma parada rápida. Pedi um cappuccino gelado e comprei um chiclete enquanto esperava dar a hora de retornar ao ônibus. Não havia muita gente da minha idade, pelo o que reparei, então acreditava ser a única indo para esta escola de Soul City. Antes de partir, fui ao banheiro e acabei esbarrando em uma menina de cabelos azuis que parecia ser apenas um pouco mais velha. Não sei dizer porquê, mas sua imagem ficou em minha mente.
Bem, hora de seguir viagem. Retornei ao ônibus e, enfim, fomos em direção a Soul City. Dormi a maior parte da viagem e acordei quando entramos na cidade. Era simplesmente linda. Havia várias construções à moda antiga, porém, ainda assim, existia um ar moderno naquele ambiente. As ruas de paralelepípedo contrastavam com restaurantes e lojas do centro; os moradores caminhavam pela calçada ou sentavam nas mesas da cafeteria para apreciar um bom café da manhã; as crianças corriam pelo gramado da praça e gargalhavam diante das brincadeiras que faziam. Tudo era tão esbelto e pacífico... Eu estava encantada com tamanha beleza!
Quando enfim chegamos na rodoviária, desci do ônibus, peguei minha bagagem e chamei um táxi para me levar até a escola, que ficava a uns 15 minutos. Eu até iria andando, mas era mais complicado do que o normal carregando uma mala, um violão e uma mochila com as próprias mãos. Para minha sorte, o táxi chegou em poucos minutos e, finalmente, fomos em direção ao meu novo lar. Foi um passeio rápido e tranquilo, fiquei o tempo todo admirando e reparando nessa cidade tão cheia de luz e vida. Eu estava feliz...
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Os Elementais: A Ascensão da Fênix
FantasiaPrimeiro livro da saga Os Elementais. *EM PROCESSO DE PUBLICAÇÃO* [...] Imagine um primeiro dia de aula comum. Escola nova, cidade nova, pessoas novas; você está pronta(o) pra fazer amigos e criar memórias... Até que uma descoberta mudará tudo. Te c...