DYLAN
— Acabou Dylan. Você nunca foi, meu e nós dois sabemos disso
Meus olhos se fecham com força, algo arde dentro de mim, a dor é contundente, corrói meu corpo alterado isso até atingir meu coração como o mais penoso fogo.
Sinto o ar entrar e sair com dificuldade de meus pulmões em chamas, num processo lento e torturante, tudo por conta do medo entalado em minha garganta.
Tudo se torna um borrão aos poucos em minha mente, mas não posso desistir eu me nego a desistir.
Quanto mais a dor ardente das lágrimas cercam meus olhos mais me sinto distante cada vez mais fraco, cada vez mais impotente.
Tinha que a alcançar eu soube disso desde que a vi ir embora.
A partir do momento que as suas íris azuis intensas estiveram focadas em mim enquanto lentamente Alissa semicerrou os olhos me olhando com repulsa transparecendo a raiva e o nojo que ela sentia através de seu olhar.
Me recordar da cena, de seus olhos, seus simples gestos, está me matando, tanto que sinto a dor de minhas cicatrizes ganhar vida.
Sinto a dor das correntes daquele monstro torturando minha pele novamente isso foi a anos mas mesmo assim ainda sinto a dor ou era como se alguém estivesse me tocando. O único toque que não me machucava mais era o dela.
— Você parece muito ele você parece seu pai. — Como ela ousa me comparar com ele ?
Retiro os pensamentos de minha mente e me foco chutando o acelerador com toda minha força notando o valor do velocímetro subir entrando na barreira dos 180km/h.
Meu corpo está frio e trêmulo mas quase não o sinto. Algo está morrendo dentro de mim agora, algo vai morrer ainda mais se ela não souber da verdade, a minha verdade.
Nada acontece sem um propósito, nada acontece sem motivos, e nessa história não foi diferente.
Existem razões para fazer o que eu fiz, existem razões que na verdade me obrigaram a entrar nessa onda de mentiras destrutivas cada uma mais cruel, cada uma mais perigosa que a outra.
Não sei quantas são, mas estão todas ligadas umas as outras em sequência, uma sequência tão frágil em minha mente. Mas que eu conheço bem demais, sei bem demais como começou.
A festa...
Eu prometi contar tudo, eu contei tudo menos isso, eu nunca quis que ela soubesse disso.
O corte...
As luzes estridentes do letreiro do Drive-in ferem minha vista de forma bruta, só não é maior que a dor em meu torso, subo a camiseta branca olhando o sangue que agora está se espalhando naquela área o corte parece ter aumentado.
A dor também aumentou.
Acelero com mais força já estava a 200km/h sentindo meu corpo inteiro fora do controle, minha mente está a mil por hora meu coração está tão rápido que seu bater parece não existir mais.
É como sentir aquela lâmina atravessar minha pele novamente igual a a algumas horas atrás, o curativo mal feito que aquele maconheiro desgraçado, não sérvio de nada ele também está manchado pelo sangue que sai sem parar.
Por que eu não previ isso?
Olho para o ferimento que havia sido aberto na minha barriga, tiro as mãos do volante sentindo o carro perder a sua direção e encostei as minhas mãos tentando estacar o sangue, mas tudo que eu vi naquele momento, é o rosto de satisfação daquele idiota como quando ele enfiou aquela maldita faca em mim.
Tudo gira. Eu estou zonzo de tristeza, dor, toda a raiva acumulada. A dor era terrível, mas o que mais me doía era fato de ainda não ter encontrado o único anjo que poderia me salvar.
Encaro a estrada e o asfalto, por um momento vejo a imagem daquele dia, o dia ensolarado, o cheiro de primavera e os olhos cheios de adrenalina da Alissa focados em mim.
Nós dois ali eu gritando e ela levantando do carro erguendo os braços alegre, e por um momento enquanto eu observo a alucinação formada pelo álcool em excesso no meu meu corpo juro ver o carro na outra fachada como naquele dia passar na estrada com ela ali, com seu sorriso bonito e seu rosto se vira para mim.
"Alissa" pensei. Era o rosto dela que eu queria ver agora. Seu rosto angelical, de uma garota cheia de sonhos e contente que ama o perigo...
Fechei os olhos na esperança de que quando eu os abrisse novamente, eu estaria ali, de volta aquele momento, de volta ao lado dela.
Mas não foi isso que aconteceu. Meu corpo doía tanto, a visão dela me olhando se tornou algo turvo.
Um tremor me atingiu, o meu corpo, era como se a minha alma estivesse gritando.
Gritando para para sair. É muita dor! Meu ferimento sangra muito, o sangue começou a saltar da minha boca, eu não conseguia evitar aquilo, eu quero que isso acabe!
Vejo dois faróis ao fundo, é ela tem que ser ela... meu anjo...
Mas é tudo tão distante os faróis são tão fortes e não é seu carro mas sim um caminhão, e o som da risada dela é substituído pelo da buzina e tudo que vejo é sua luz forte antes da dor que vira na sequência.
E antes da escuridão.
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Dangerous collision
Любовные романыNem as lágrimas mais profundas derramadas ou alucinações devastadoras do passado, poderiam apagar o rasto de destruição de Alissa Beasley e Dylan Parker. Alissa está disposta a recomeçar outra vez , a apagar todo o passado e a guardar o garoto que p...