ALISSA
[...]
Parei meu carro no primeiro posto de gasolina e sai ainda sentido meu peito doer assim como meus olhos por todas as lágrimas que rolaram na madrugada.
O sol já tinha nascido e queima meus pés onde as All-stars curtas não conseguiam cobrir, assim como meus dedos são queimados ao tocarem na mangueira quente de gasolina a metendo na entrada para encher o tanque do carro.
Eu me reconto na porta do passageiro enquanto espero o indicador bater oito litros para eu prosseguir meu caminho, mas ainda estava tentando passar dos três.
Eu suspirei de raiva e impaciência e pegando uns óculos de sol de Luke que ele mesmo esqueceu enquanto corria comigo da primeira vez no porta luvas.
Eu os coloco e sigo para a pequena loja de conveniência do posto tirando meu celular do bolso, e olhando as horas.
Trinta minutos para o meio-dia, eu cogito ligar para Dylan, mas o Anônimo descobriria logo tudo, ele com certeza já deve estar rastreando o meu celular e sabe onde eu estou assim como para quem eu ligo ou falo.
E eu não posso simplesmente me livrar do meu celular séria óbvio demais.
— São oitenta e nove e noventa — O garoto do outro lado do balcão diz sem olhar para mim entretido demais em uma revista de BD antiga que cobre metade do rosto.
Eu o observo por longos instantes pondo os pés cheios de terra sobre o balcão e por fim ter seus fios dourados e enrolados caírem para o lado.
— Eu estou com pressa — Falo vendo meu carro do outro lado do vidro das paredes da loja fazendo os olhos dele seguirem não minha direção.
— Um Aston Martin! Impressionante — Ele dá um assobio como quem está admirado e empolgado gostando do que vê — Cara eu não sabia que garotas curtiam assim tanta velocidade, ou escolhiam esse tipo de carro.
— Eu também não sabia que em pleno século vinte um era possível haver tanta falta de senso... — Eu finco meus olhos em seus tênis que antes eram brancos, mas agora estão num cantinho por cima do balcão e sua cor não é mais tão branca assim — E falta de educação vinda de uma só pessoa.
O cara da revista rola os olhos e por fim olha para mim com cuidado.
— Sabe eu trabalho em uma loja de conveniência em um posto distante e desértico — Ele me olha com interesse, já vi muitas coisas e vários tipos de pessoas e tem vezes que eu estudo seu perfil através de três coisas...
— Você estuda seus clientes...
— A solidão faz coisas estranhas com a gente — O cara loiro sorri, noto pela covinha solitária no canto de seu rosto e por fim prossegue — Eu avalio o carro, o perfil e as compras... você me parece familiar. Mas mesmo assim não sei...
— Quais foram as pessoas mais diferentes que já passaram por aqui e você avaliou?
— Hmm... um Batman de bicicleta e um palhaço de ressaca que acabava de perder o emprego — Eu sorriso com a escolha dele, mas acima de tudo curiosa.
— Não sei de quem mais gostei do mistério do Batman ou do palhaço — Eu vejo os outros telefones pequenos da loja de conveniência verificando que escolhi a melhor opção.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dangerous collision
RomanceNem as lágrimas mais profundas derramadas ou alucinações devastadoras do passado, poderiam apagar o rasto de destruição de Alissa Beasley e Dylan Parker. Alissa está disposta a recomeçar outra vez , a apagar todo o passado e a guardar o garoto que p...