Capítulo 47 : Alguém

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ALISSA

— Você fez o certo em vir para aqui — Peter se joga no sofá preto de couro no meio de seu porão e me encara enquanto abre com a boca uma garrafa de cerveja, cujo líquido é de um dourado intenso através do vidro fino.

Eu sorrio amargamente já não tendo certeza de tudo isso.

Fiz o certo. O certo...

Meu instinto está a fraquejar e minha parte racional está chamando por mim novamente gritando ao ponto de agitar tudo dentro de mim, eu remexo minhas mãos e os cabelos claros de Peter são meu foco nesse momento.

Eu abandonei Nova York, destruí a única pessoa que algum dia já amei na minha vida e me afastei dela pelo mesmo motivo, porquê eu simplesmente gosto demais do Dylan para ficar com ele o submetendo ao perigo, eu faria qualquer coisa para afastar todos pesadelos que o assombram levando os mesmo para longe.

Por isso eu me afastei, esse era o porra do meu pedido se não o fizesse seria submetida a "consequências" que implicavam seu sofrimento.

Eu fecho os olhos puxando os fios de cabelo que escapavam de meu coque apertado me lembrando daquela noite, da ligação, uma simples ligação feita que mudaria toda a história de forma brusca.

Uma simples pessoa que manipula ao ponto de inverter tudo bruscamente.

— Ei Ali você está segura aqui comigo, tudo será resolvido — Peter tira outra garrafa de cerveja e põe ela por cima da mesa de centro a passando para mim. — Eu tomo conta de você, tudo voltará a ser como antes...

Não me dou ao trabalho de o encarar novamente sei de seu movimento pelo som que ele faz com o choque das garrafas ao pousar também seu vidro por cima da mesa.

— Seremos você e eu — Peter fala se levantado e nesse momento que o encaro novamente e a seus olhos escuros vejo o traço de preocupação em seu rosto para com meu desespero. — E relaxa ele não fez nada com seus pais.

Eu olho para ele entrando em alerta quando o assunto é justamente meus pais, Peter parece calmo, muito mais calmo que o normal e parece estar tendo um extremo cuidado nas escolhas de suas palavras.

Na verdade não sei porquê o estou condenando tanto, ele sempre foi assim ele sempre teve mais facilidade em lidar com as pessoas e situações de uma forma absurda de tão fácil, ele sempre sabe como agir e oque dizer.

Como se estudasse cada pessoa ou situação para dizer ou lidar da forma perfeita com ela.

E a mim ele já tinha estudado direito, Peter sabe perfeitamente que minha família é meu maior medo, tudo que possa prejudicá-los com certeza me destruiria, cada coisa que possa destruir quem eu amo consequentemente me destrói.

Por isso fiquei extremamente preocupada quando soube das consequências de não cumprir o que me foi mandado.

Peter me conhecia bem o suficiente para saber o que me preocupa e se converte no meu medo atingindo cada pensamento confuso que se manifesta na minha cabeça.

— Eles foram fazer o depósito da receita do mês no banco — Peter toma meu rosto em suas mãos e se se aproxima com cuidado enquanto fala calmamente — Só voltarão daqui a dois dias provavelmente, o tempo suficiente que eu e você precisamos.

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