Dangerous collision

Capítulo 7 : Pesadelo

𝐃𝐘𝐋𝐀𝐍

— Me conta qual é a sensação? Você sabe do que eu estou falando Dylan...

A inquietação gruda mim com tanta intensidade, capaz de deixar cada porção do tecido fino e pálido que é minha pele quente.

E ela não se incomoda em se abrigar em mim e em meus pensamentos mais conturbados, muito pelo contrário ela se acomoda tanto que se recusa a sair enquanto se abrigando dentro das partes mais profundas e obscuras do meu ser.

Minhas memórias.

Eu não vou responder, não preciso responder a ele, por mais que sua voz rouca ecoe na minha cabeça, ou por mais que seu hálito com cheiro forte carregado do odor de cevada se solte perto de mim e faça minhas narinas arderem.

Eu não irei o dar a resposta.

Seus olhos claro são o que mais me assustam sempre foram, eles são iguais aos meus o mesmo tom, mas também muito diferentes seus eram mortos, sem vida, sem muita cor ou algum brilho, mas era justamente isso que os tornavam intensos a sua escuridão assustadora.

As vezes depois de apanhar quando me deitava e tudo que eu mais queria era deixar meu cérebro desligar eu ainda os via me encarando e apreciando cada detalhe da minha dor.

— Conta para seu pai Dylan — Suas mãos apertando minhas feridas faziam ainda mais força. — Qual é a sensação da dor ?

— Eu já falei que não tenho que responder! — Grito sentido minha respiração vacilar e meus pulmões parando de fazer seu precioso trabalho que me manterá vivo.

Meu corpo inteiro está dormente frio por fora, quase tão frio quanto os olhos dele que me devoravam com o prazer da dor, mas eu estava ardendo com força por dentro pelos meus pulmões em chamas e vazios.

— Senhor Parker se acalme por favor — Abro os olhos com força ao sentir meu corpo alterado recebendo o ar que faltava mas mesmo assim ainda era insuficiente.

Aconteceu outra vez, a merda da lembrança veio outra vez.

Pisco com força em busca de calma para minha mente e olho para o homem completamente diferente do que eu imaginava em minha mente.

Meus olhos arregalados correm suas roupas desde por sua bata branca de hospital até a camisa azul listrada com a gravata escura que ele usa junto dela, ele parece um cara normal,  jovem responsável perfeito e alguém "certinho", que provavelmente da orgulho a seus progenitores e o criaram para ser assim.

Basicamente ele é tudo que não sou e nunca serei.

— Eu entendo se não quiser responder a minha pergunta agora.

Ele indireira a coluna e volta a se sentar ereto com o semblante de alguém muito sábio ou simplesmente como alguém muito presunçoso.

— Mas se quiser que tenhamos algum progresso precisa sim responder — Ele da um sorriso de lado que julgo ser um sorriso que devia transmitir confiança.

Mas tudo que ele faz é deixar ele com ar de convencido e mais presunçoso ainda, muito presunçoso! Isso começa a me deixar com raiva mas não por ele.

Ele só quer ajudar, mesmo eu sabendo que nada pode fazê-lo, nem ninguém, nunca ninguém poderá me ajudar com isso

Muito menos ele, mas mesmo assim ainda é uma tentativa de ajuda e sendo sincero comigo mesmo ele não é o verdadeiro motivo da minha raiva.