Capítulo 30: Controle

878 88 50
                                    

Repouso minha mão na de Dylan e me sento ao lado de seu corpo que emite um calor confortante e já familiar para mim.

O mesmo calor que ele já me transmitiu antes e continua transmitindo agora, me dando o único conforto capaz de afastar minha mente que grita em plena confusão um busca de uma saída para todo esse tormento, para longe de todo o ambiente caótico que caiu e está caindo agora sobre nós.

Ele cruza nossos dedos e aperta com força, isso parece uma resposta para mim afirmando que não estou sozinha, Dylan também grita no túnel do caos, estamos juntos nessa situação, sempre estivemos desde o início.

Quero devolver o toque na mesma força mas não o faço porque temo isso de alguma forma. Depois do que aconteceu ele parece mais frágil aos meus olhos e seu estado não é dos melhores eu tenho medo de quebra-ló de alguma forma ou de machuca-lo.

Respiro fundo e olho ao nosso redor, supreendentemente essas paredes parecem ainda mais brancas que as outras, elas são reluzentes e refletem o brilho amarelado das luminárias espalhadas pelo quarto, esse elemento novo é a única coisa nova que lhes dá outro tom além do branco.

— Não entendo como me esconder mais vai mudar alguma coisa— Dylan murmura com dor e deixo as paredes do quarto grande para olhar sua mão tatuada prender mais a minha com seus dedos longos. — Mesmo que eu sempre me isole para fugir de tudo isso sabemos bem que é em vão...

Suas palavras carregam muito ódio e irritação sinto tudo isso vindo dele nesse momento enquanto minha mão encaixa na sua de forma perfeita.

Isso me surpreende um pouco. Sempre me surpreendeu na verdade, era como se elas tivessem sido moldadas a muito tempo atrás para isso para momentos como esse.

Feitas para se encaixarem perfeitamente uma na outra. Igual duas peças de um quebra cabeça difícil de resolver mas que tem  superfícies e feições moldadas para se encaixar.

— Você não está sozinho Dylan — Luke repete isso pela terceira vez desde que cheguei aqui — Todos nós estamos passamos por isso juntos e vamos continuar nessa da mesma forma que começamos.

— A gente está com você — Eu falo fazendo seu olhar frio se direcionar para mim.

Depois de tudo que ocorreu com o Seth, muita coisa mudou, e o mais impressionante é que mais uma vez o universo provou que poucas coisas estão longe do alcance de serem controladas por nós.

Em questões de segundos tudo pode mudar...
Isso aconteceu com ele, aconteceu comigo, com nós dois.

Um dia de sol pode sofrer uma transição disforme para uma tempestade, de um oceano sempre calmo pode haver um tsunami e o pacífico pode se transformar num caos enorme.

Tudo foi bagunçado de novo as outras peças do quebra-cabeça que estavam no processo demorado de se encaixar novamente foram arrancadas umas das outras violentamente.

Seth não se importou de quebrá-las e o fez. Tudo de bom que já estava sendo construído se dissolveu rapidamente. O caótico não descansa nem por um segundo quando se trata de nos atingir.

O Seth, o mesmo que quebrou tudo provavelmente nunca irá aparecer aqui de novo, ele se foi, mas o rastro de destruição que ele deixou ainda está aqui. Está aqui e   é evidente a forma como se manifestou em fases.

Primeiro o isolamento foi o pior de tudo.

Dylan está certo por achar que o querem esconder, eu concordo com ele. Mas não vejo isso como algo que foi feito com má intenção.

Aiden e Chris acharam que foi melhor afasta-lo de tudo, ele não fica mais em um quarto comum de hospital. Em vez disso uma ala do hospital foi reservada e reabilitada só para ele em um tempo completamente fora do comum.

Dangerous collisionOnde histórias criam vida. Descubra agora