Capítulo 28: Seth

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ALISSA

A conexão com o mundo é uma das primeiras ligações que o homem pode ter, é irreal que isso não aconteça, pois mesmo sendo contra nossa vontade por vezes seremos sempre ligados a algo.

Mesmo que seja contra nossa vontade...
Mas como podemos realmente saber se estamos conectados? Eu mostrarei para você.

Penso nisso a cada segundo que eu encaro pelo vidro embaciado o céu nublado de la fora. É difícil que tenha um clima desses no verão, penso nisso com cuidado a cada segundo que minha respiração parece pesada e abraço todo tecido que envolve meu corpo agora.

Abraço minha jaqueta de couro por cima do meu moletom e me afasto da janela ao ver que Dylan está olhando para o mesmo lugar que eu com sua expressão até agora não tão desconhecida assim por mim, penso nisso também no quanto eu o conheço mais do que realmente deveria.

1. Conhecimento. Quando você quebra a barreira do interior inacessível de alguém, ou quando você conhece alguém o suficiente ao ponto de conseguir enxergar algo no mínimo do escuro que tem em si.

E no meio dessa escuridão por mais pequeno que seja você encontra algo bem pequeno que é uma semelhança entre ela e você.

Dylan está olhando para algo novamente, ele olha de verdade, olha com interesse atribuindo valor as coisas, como se precisasse enxergar aquilo a cada segundo que passa pois, podia desaparecer a qualquer momento.

No resto da semana que se passou, estivemos muito tempo aqui nesse quarto e pude reparar algo a mais nele, Dylan se tornou igual a uma borboleta enjaulada, que tudo que quer é somente bater suas asas e fugir da sua prisão.

Ele quer sentir um pouco o gosto da liberdade novamente, sentir que não está mais na prisão desse quarto ou a maior prisão que o ser humano pode ter, sua própria mente diante da solidão.

Dylan implora com os olhos ao olhar para aquele jardim quase tanto quanto eu. Ambos passamos longos minutos aqui exatamente assim olhamos o mundo quebrado da mesma forma.

Olhamos para a liberdade que queremos. E saber que ele quer o mesmo que eu me trás o incontrolável e insaciável desejo de da-lo justamente o que ele quer de quer.

Me culpo por sentir isso! Me condeno a cada instante que ouço as vontades dentro do meu próprio interior escuro. Por estar sentindo mais do que devia por Dylan, me condeno por isso sempre, é errado e não devia, pelo menos não novamente.

— Sempre me pergunto o que passa pela sua cabeça quando você fica olhando para mim desse jeito — Dylan chama minha atenção até seus olhos castanhos e por fim sorri passando a língua pelos lábios. — Essa tem sido minha maior vontade a dias.

2.Vocês partilham as mesmas vontades por mais peculiares que elas sejam, vocês as sentem com a mesma vontade absurda.

Dylan se curva perante suas palavras, e sorri de lado causando uma elevação mo canto superior direito de seus lábios ao ver que me aproximo de si e ele se afasta um pouco com dificuldades para eu sentar ao seu lado na cama.

Mas não o faço, opto por ficar em pé e observar melhor cada detalhe dele desde seus cabelos longos até suas tatuagens mais pequenas.

— Se eu te contar que possivelmente posso ter roubado... — Limpo a garganta ao receber um olhar cheio de julgamento e decido corrigir a frase — Ou melhor posso ter levado umas coisas de seu apartamento. Você ficaria zangado?

Dangerous collisionOnde histórias criam vida. Descubra agora