Prológo

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Querido Dylan.

Você já ouviu falar da teoria do caos ? Nunca ?!

Não se preocupe eu explico para você. Eu explicarei isso da forma mais inteligível possível; exclusivamente para você...

Ou quase para você.

Ela não se difere muito do que a gente teve, na verdade sendo sincera com você, ela me lembra muito o que a gente teve. Ela é o que a gente teve.

A teoria está presente em tudo que nos cerca é a base do famoso "efeito borboleta"

A teoria que diz como o simples bater das asas de uma borboleta é capaz de causar um tornado a milhares de quilômetros de distância.

Não te lembra nada ?

Ainda não acredito que vou dizer algo tão estupido agora mas; por mais que eu negue sei que é verdade.

O que eu mais quero agora é puder falar com você, porquê você Dylan é o único que por mais que a coisa esteja feia, consegue me acalmar.

É estupido eu sei, mas você tem esse efeito sobre mim, assim como você teve o "efeito borbuleta" sobre mim. A capacidade de causar um caos com um simples e pequeno gesto.

Mas acho que o facto de eu ter uma arma apontada para mim agora e uma bala que passou quase raspando minha cabeça, estando nesse lugar que me dá medo, distante e amarrada, é motivo suficiente para não puder estar aí com você.

Mas para saciar a minha incontrolável e estúpida vontade de falar com você agora farei algo diferente e ainda mais estúpido
ainda. Sim, só para você.

Uma carta mental dentro de minha mente, sem papel ou qualquer objecto para escrita, apenas minha palavras meus mais sinceros pensamentos, tudo dentro da minha cabeça e eu.

Você claro nunca saberá disso, nem poderá absorver minhas palavras por mais simples que elas sejam. Mas por um lado acho melhor assim, já aprendi que mostrar meus sentimentos a você é muito arriscado.

Então novamente

Meu querido Dylan ou não tão querido assim...

Ver como você me magoou foi doloroso eu confesso, mas ver como você me magoou duas vezes foi demais. Era como ter uma faca cravando minha alma, achei que na segunda vez não fosse doer tanto mas foi quase tão pior como da primeira.

Mas mesmo assim me pôs a pensar em algo.

Mesmo sendo da maneira mais bruta e cruel você me ensinou várias coisas, você me ensinou a ser forte a aguentar muita coisa, que nunca achei que poderia.

Você me ensinou paciência também, eu esperei tanto para ter você e tive que esperar de novo para puder ver seus olhos nesse tom achocolatado olharem para mim novamente, não da forma monótona que você me olhou da primeira vez, mas sim me olhar de verdade.

Esperar por tudo isso valeu a pena, muito a pena.

Você me ensinou a dor claro, a mais dura dor que alguém pode sentir, uma mentira e uma traição que partiu meu coração em vários pedacinhos sem eu perceber e tudo que você precisou foi apenas um sorriso e suas palavras bonitas.

Você me partiu com suas mentiras. Mas agora Dylan eu me pergunto porquê você mentiu uma segunda vez ? Porquê é tão fácil para você mentir para mim ?

Com certeza a resposta é porquê você nunca vai saber como doi ouvir que as palavras mais lindas alguma vez ditas por esses seus lábios perfeitos e pecaminosos eram mentira.

E por último Dylan você me ensinou o amor.

O mais puro e perfeito amor que alguma vez senti, eu te amei seu idiota.

E acho que sou ainda mais idiota que você porquê depois de tudo mesmo, só tenho todas nossas lembranças boas, só me lembro de amar você.

Seu efeito em mim foi muito forte. Você claro bateu suas asas e um tornado gigante me encontrou e me acertou da forma mais cruel possível, tudo que restou agora foi o caos.

Você me disse que nossa colisão era perfeita uma vez, mas eu me nego a aceitar isso.

Talvez ela já foi mas agora ela não é mais, seu tornado a trouxe caos a deixando perigosa, uma colisão tão perigosa até mesmo para nós os dois.

— Ali — Um sorrisinho longo se formou em seus lábios cuja cor sempre me lembra uma maçã — A gente sempre contava tudo um para o outro. Lembra ?

Fico em silêncio e ergo a cabeça olhando cansada para os cabelos claros do garoto a minha frente, eu o conheço bem sei que ele tem prazer em me ver assim ele gosta de tudo isso.

Como nunca percebi antes ?

— Me conta uma última vez — Ele se agacha ficando frente a frente comigo passando seus dedos longos pelas marcas escuras e doloridas das correntes em minhas mãos.

— Porquê você faz isso ? — Minha voz sai tão fraca e vulnerável, tão baixa que por um instante penso que não escutou.

Mas seus lábios que se curvam mais com a pergunta mostram que estou errada.

— Só faço tudo isso porquê não posso ter você e ele também não pode.

Dangerous collisionOnde histórias criam vida. Descubra agora