Dangerous collision

Capítulo 25.1 : Inferno

Já estou muito longe e toda vez que penso em voltar, uma mensagem de que não estou longe o suficiente vem até mim.

Não entendo aonde essa pessoa pretende chegar mas está a me deixar muito puto, meu sangue ferve dentro de mim e minhas veias pulsam assim como meu coração que bombeia o sangue forte demais.

Abrando olhando a estrada deserta que me rodeia, falta pouco para atingir o letreiro antes do Drive in, mas resolvo desviar e ir para um lugar onde possa canalizar minha dor.

Sinto o vento me invadir e tiro a cobertura do carro para sentir mais da brisa quente em meu rosto.

Por um momento fecho os olhos e me lembro de Alissa ao meu lado e de como os fios médios de seu cabelo voavam ao vento, em como ela gritava sentido a adrenalina que tomava conta de nós dois, em como ela gritava sentindo a vitória daquela corrida, me lembro de como eu sou totalmente apegado a ela, a garota que amava o perigo.

Saio do carro avistando as pequenas lojas juntas que tem naquela rua pouco movimenta e entro na primeira, o seu interior está tal como me lembro, tudo parece não ter mudado muito, só alguns novos desenhos de modelos de tatuagens foram adicionamos ao grande mural em forma de portfólio da loja.

O homem já conhecido a minha frente sorri assim que me vê, ele estava esterilizando as agulhas de suas máquinas mas as pousou ao notar minha presença no seu estabelecimento. Quanto tempo faz ? Meses ou um ano ? Eu não sei. Mas é surpreendente para ambos o fato de eu não vir aqui a muito tempo.

— Eu sabia que você ia voltar um dia ? Mas dessa vez você demorou cara — Ele abre um sorriso revelando seu dente de ouro no canto direito e se levanta para me dar umas palmadas nas costas me recebendo — O que vai ser dessa vez ?

Sempre que eu acho que sou muito tatuado basta olhar para o Leroy e me sinto muito melhor, ele é um cara magro que se destaca por usar roupas grandes que o cobrem e revelam também como muitas de suas tatuagens.

Ele tem muitas mais que eu, mas tudo aquilo parece estranhamente combinar com ele.

Ele amarra os cabelos longos claros exibindo as vários tatuagens que cobrem todo braço, enquanto me sento, tal como eu todas as que ele tem são em tinta preta.

Olho o teto de madeira e digo exatamente o que quero fazer, quero canalizar todos meus sentimentos sentido a agulha marcar minha pele, esconder a dor interna com a externa.

— É uma palavra pequena mas eu quero que você demore — respiro fundo vendo ele pegar a máquina.

— Você não é nenhum santo para decidir tatuar isso — Ele sorri me analisando — Mas estou ansioso para ouvir a história por detrás dessa tatuagem, sinto que como as outras essa também deve ter uma história.

— Essa é longa mas eu posso contar se você quiser ouvir — Ele me olha com interesse e asseste — Mas essa também é uma história muito diferente de todas outras que você já ouviu.

[...]

Decido parar. É sério, já chega!

O céu alaranjado fica sobre mim. Estou cansado de toda essa porcaria e não quero mais fazer parte disso, essas notificações infernais não param e se intensificaram desde que parei a quase dez metros do letreiro do Drive in.