Capítulo 32: Primeiro

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ALISSA

Se passaram mais duas semanas.

É impressionante como é tão simples dizer essa frase com dificuldades nulas, sem nenhum obstáculo para pudermos expressar isso de forma clara.

O tempo passa, o céu se modifica as nuvens fogem da gente lentamente e competem umas com as outras para ver quem vai desaparecer primeiro.

Nessa corrida cada minuto é notável, cada minuto conta e a cada segundo nessa corrida contra o tempo muitas coisas mudam também.

Isso já não é tão fácil de explicar certo?

Eu sei, eu também não consigo explicar tudo que está mudando dentro de mim a uma velocidade absurda e cada conflito novo que se sucede no meu interior originando novas lutas a cada dia que passa.

Mas ao menos agora eu não tenho mais medo de confessar para mim mesma o que vinha reprimindo.

Eu estou perdendo.
Eu estou perdendo uma luta comigo mesma.

Primeiro me sinto um pouco estranha, nunca achei que fosse chegar tão longe em tudo isso. Nunca achei que chegaria tão longe com ele, e mais surpreendente ainda o que nunca pensei em admitir.

Era justamente essa a minha luta, nunca admitir que Dylan ainda está na minha cabeça. Mas para que mentir para mim mesma? Seria como buscar uma luz no meio da escuridão, ou um ponto escuro no meio da luz.

Nunca quis admitir que Dylan e seus sussurros melindrosos ainda reinavam na minha mente e com certeza seria a melodia que iria ecoar na minha cabeça até o resto dos meus dias sóbrios.

Estou perdendo...

Perdi miserável e uma coisa que também nunca pensei que aconteceria era me sentir feliz por isso. Feliz pela derrota, feliz por deixar que internamente eu seja consumida pelas suas chamas que incendeiam tudo em mim.

Estou perdendo... Não! Eu já me atirei a derrota a muito tempo só não quis admitir.

É como cair na tentação, a mais perigosa e bela tentação...

Você sabe que não deve pecar, sim resistir, mas no momento em que você para e olha para frente apenas vê motivos belos para fazê-lo mesmo sabendo que as consequências não carecem da mesma beleza.

E eu Alissa Beasley me tornei péssima no que se trata a resistir principalmente se for a Dylan e seu sorriso assimétrico que agora se abre de forma sarcástica para mim sem mostrar os dentes.

Seus olhos marcantes devoram minha imagem de imediato assim que repara na minha presença, eu olho para ele agora cruzando os braços apoiada na batente da porta.

É bom velo tentar.

— Não sei como você o convenceu mas você fez um favor muito grande para ele — Luke passa por mim sussurrando em meu ouvido — A Emily disse que tentaram convencê-lo no início mas ele se recusou.

Eu permaneço em silencio no batente da porta e ignoro o leve olhar de Luke curioso sobre nós dois. Deixo meu corpo ali observando desde o momento que o olhar dele descia de mim para o do enfermeiro ao seu lado.

Dangerous collisionOnde histórias criam vida. Descubra agora