Capítulo 14 : Louco

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ALISSA

Repetitivo. É essa a palavra!

A palavra que descrevia bem como o resto dos dias se tornavam, é como se tivesse emergido uma espécie de rotina.

Todos os dias eu ia correr para clarear a mente. Até que não foi uma má ideia substituir meu novo vício em café por exercício físico para manter a mente limpa

Passava do Toby's precisamente às oito da manhã. Mas nem sempre encontrava o garoto loiro e simpático de antes muito pelo contrário, encontrava seu amigo do nariz arrebitado levemente torto, nem tão simpático assim, Seu nome era Nathan, ao menos é o que dizia o seu crachá alfinetado no uniforme escuro.

Depois disso as nove eu voltava para casa de Casey para me arrumar, e recebia uma chamada de minha mãe que a cada dia estava em um lugar diferente.

Desde que ela e Rob finalmente decidiram se casar e viajar de última hora para o máximo, número de países que conhecem só podemos nos ver por vídeo chamada. Se você está se perguntando qual é o objectivo disso eu explico.

O objectivo é escolher o melhor lugar para realizar o seu casamento de sonhos, mesmo que no fim eu ache que eles vão acabar por escolher Nova York.

Eu pintava quadros com Casey, no fim sempre acabávamos por terminar em seu terraço olhando um por do sol melancólico, mas eu já tinha me habituado com todo drama.

Agora sinto que aos poucos Casey não está mais como eu e sim vendo o por do sol de forma diferente, graças a alguém, não estranharia nada se esse alguém que chamasse Sasha Ross.

Mas no fim de tudo a parte mais interessante do meu dia era observar Dylan adormecido.

É eu sei...

Algo no fundo me diz que gostar de velo, é errado, mesmo eu me enganando com a desculpa de que gosto de vê-lo adormecido porquê, só nesse momento ele não pode me olhar com uma careta feia que piora a cada dia.

Digamos que a cada dia Dylan murchava mais. Como uma flor que a noite tem uma pétala morta que cai a deixando mais vulnerável, desbotando sua cor com o tempo.

Eu chegava e a primeira coisa que ouvia cuidadosamente sair de seus lábios, ele dizer que, não queria mais a minha presença.

Eu o ignorava, e sintonizava o rádio ou a TV para Dylan, e me sentava no meu canto abrindo um livro novo.

Quando eu finalmente conseguia encara-lo sem ser ofendida, Dylan continuava deitado em sua cama, olhando para fora na direção do jardim.

Claro que ele problema é que eu gostava daquilo de olhá-lo, cada traço delicado de seu rosto bonito, para puder velo mais tarde em meus pensamentos...

E Dylan parecia odiar aquilo essa é justamente a parte mais errada, mesmo essa não sendo a primeira coisa eu gosto e ele parece odiar.

Os raios de sol queimam minha pele exposta bem por cima de onde terminam meus tênis ainda não sei ao certo com como cheguei naquele meio fio da estrada quase deserta.

Sentada sobre o capô do carro, de modelo antigo do Garoto cacheado ao meu lado.

Sasha brinca com uma mecha do cabelo de Casey enrolando os cachos nos dedos e depois com cuidado e um sorriso se vira para mim puxando a ponta de meu cabelo, um dos sinais que ele já encontrou para dispensar minha presença, zombei dele.

Desci do capô, e segui até meu carro pronta para voltar para casa, quando meu celular começou a tocar. Entrei no carro e o peguei jogado no banco do passageiro. Esperei ver o número de Peter novamente, mesmo não estando preparada para o seu julgamento. Mas não era. Encarei o número desconhecido e atendi.

Dangerous collisionOnde histórias criam vida. Descubra agora