Capítulo 21 : Pedidos

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DYLAN

Qual é a forma mais acertada? A forma mais correcta e ajustada diante dessa situação? Como se faz? Ou qual é a melhor maneira para descrever como tudo ao seu redor está semelhante a um pedaço de merda ?!

Vou chamar isso de "M" só para não soar tão agressivo, ou duro demais, dando a palavra um grande pesar negativo.

Mesmo que eu saiba que minha mente grita declarando que : Só citar a letra inicial de um palavrão não anula o facto disso ser um palavrão.

E está certo, literalmente não muda. Outro exemplo é como eu gostaria de mudar muita coisa aqui e agora.

Como o "diferente" é algo que me seduz em um longo percurso enquanto traça um caminho para eu puder alcançá-lo. Mudar as coisas tornar tudo diferente!

Só que essa mesma palavra que com seus grandes encantos desenhou o mesmo caminho até mim agora o apaga e foge de mim.

Eu não posso mudar nada! Simplesmente não posso e isso tudo me incomoda.

Mas não fugindo muito do verdadeiro ponto onde eu quero chegar:

Hoje está sendo um dia de "M"

Todos os dias são dias de M

E a minha rotina em todos esses dias de M consegue se tornar num MM (dois M's são piores que um só M)

Mas voltando realmente ao verdadeiro ponto, além do dia ser uma merda tem a verdadeira questão que sempre vem, me incomodando já a muito tempo, desde o momento que senti que minha locomoção nessa cama—muita das vezes desconfortável—está quase nula.

A questão sempre mexe nesse facto, sempre me lembra disso sempre me lembra que as palavras de Mia só ganham mais força e peso a cada dia.

Impotente

Era assim que eu me sentia. É assim que eu me sinto! Quando escuto a maldita frase:

— Precisas saber que a terapia é sempre a opção dada e melhor opção para o teu caso — Engraçado o fato dele dizer "caso" e não falar o que realmente é.

Será que ele também tenta esconder isso como eu? Ele foge da verdade, como uma sombra foge a abandona seu dono quando ele adentra na escuridão? Por isso ele fala assim?

— Se você der uma chance para a nossa equipa, nossos médicos podem ao menos tentar ajudar— Ele insiste voltando para a sua mesma pergunta — Você não tem esperança de si mesmo ?

— Eu não quero que nenhum dos seus médicos me toquem! — Elevo o a voz na tentativa de me livrar da fúria.

Me livrar antes que venha a pior parte e eu deseje fazer coisas muito piores que simplesmente gritar até querer acabar com toda a dor.

Antes que eu queira esforçar tanto os pulmões usando minha força na voz para arrancar cada tecido de dor que me cobre ao ponto de me prender.

— Você já contou para ela? — Ele permaneceu no mesmo lugar ignorando o fato do meu tom, como se já estivesse se acostumado a uma coisa dessas, talvez esteja — Ela acabará por descobrir de uma maneira ou de outra, uma coisa assim não se esconde...

Dangerous collisionOnde histórias criam vida. Descubra agora