Epílogo

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CINCO ANOS DEPOIS

A morte é o maior mistério da vida, você em um dia está sorrindo com a pessoa que mais amou na vida e no outro está chorando porquê ela se foi, no meu caso ela não só se foi.

Eu vi isso acontecer, eu vi quando sua alma abandonou seu corpo e fez com que ele ficasse vazio sem realmente o dono dela lá dentro, como uma casa abandonada que perdeu sua família que antes lá morava.

Em um momento você sente raiva do seu maior inimigo que antes era seu amigo íntimo, e quando descobre que mais tarde a morte bateu na sua porta, você não festeja, você não ri, você se arrepende até por vezes do ódio que depositou naquela pessoa nos últimos dias, você por vezes até chora sua morte.

E sabe porquê? Por aquele velho ditado que se é dito na perda de alguém.

— Não se lembre dos últimos dias onde ele esteve a sofrer — Eu seguro firme a caveira de prata em minhas mãos — Se lembre de quando ele sorria para você, de quando ele estava alegre e das coisas boas por mais curtas e pequenas que elas sejam.

Eu digo essas mesmas palavras para mim quando guardo ao meu lado todas as pétalas de rosa branca em minha mão livre. Eu tento me lembrar dos curtos momentos que ele foi feliz, mas mesmo assim aquela mesma pena que senti no hospital quando o tirei de seu apartamento naquele dia ainda fica.

O último dia que o vi.

— Dylan — Alissa fala vindo logo atrás de mim com a expressão em uma de suas caretas habituais, — Você ainda não pode correr assim seu idiota, falaram para você ter cuidado.

— Você sabe que eu não ligo muito para o que o Luke fala ou muito menos para o que aquele diploma no topo do seu consultório diz — Eu estico meu braço para receber Alissa no meio dele e me condenando uma revirada de olhos ela me abraça de lado.

— Eu odeio quando você me preocupa desse jeito — Ela resmunga — Nova regra número... não sei eu perdi a conta com tantas regras! Mas sim, nova regra do nosso contrato "O Dylan não pode nunca mais matar a Alissa de susto"

— Nova regra número... não sei também esqueci quantas são, mas "A Alissa deve parar de ser chatinha e somente pode desfrutar o por do sol do topo da caverna sem reclama" — Eu sorrio quando vejo ela arquear a sobrancelha com um sorriso sarcástico — E claro somente pode abrir a boca para falar o quanto eu sou incrível...

— Eu não vou por isso no contrato — Ela se agarra mais ao meu corpo e olha o horizonte coberto pela paisagem laranja — Você quer que esteja lá? Então me obriga!

— Eu posso pensar em várias maneiras de fazer isso — Eu me viro de frente para Alissa e ponho os braços a sua volta deixando sua cintura presa a meu corpo.

Ela sorri tendo meu rosto em suas mãos e me encara com cuidado aproximando seus lábios dos meus.

— Tenho uma surpresa para você— Eu falo para ela que me olha com cuidado e um tanto de malícia nos olhos — Uma grande surpresa, mas para você a ver temos de ir até ela.

Alissa junta nossos lábios e somente se afasta alguns centímetros quando roça a pontinha de seu nariz com o meu.

— O quê é isso na sua mão?

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