Capítulo 13 : Lá

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DYLAN

A luz branca do teto parece se tornar mais acentuada a cada dia, quando tem contacto com os meus olhos quando abertos, sempre acho aquilo um impacto grande, tão intenso capaz de causar ardor sobre minha vista a deixando em chamas.

Mas o lado negativo de uma chama interna é que nem a mesma chama mais profunda, poderia queimar alguma coisa ao ponto de a deixar em cinzas, muito diferente do fogo normal.

O que queima dentro de mim não pode queimar nada realmente e esse era justamente o desejo que vinha me consumindo a algum tempo.

Queimar! Apagar, levar as mais profundas cinzas tudo o que vi, tudo o que continuo vendo. Quero apagar de alguma maneira tudo que alguma vez vivi.

Mas o que mais queria não podia ser realizado. Queimar aquilo tudo não passaria de nada mais além de um desejo meu. Eu não nunca poderia apagar tudo. Nem o facto de que:

Ví todas. Eu vejo todas

Eu as vi... uma por uma lentamente em forma de castigo um castigo doloroso, hediondo cruel e sádico. Enxergar cada marca, ou observar todas histórias por trás de cada cicatriz sentir os pedaços soltos da dor.

Mas dessa vez era diferente não foi igual da primeira vez nem das outras. A contagem reiniciou desde a última vez em que fui marcado, tocado de forma bruta até a primeira.

Era como se eu caísse em um sonho um em que me sentia imóvel, incapaz algo semelhante como se estivessem arranhando meu cérebro, novamente.

O que acontecerá quando a contagem acabar? Iria recomeçar de novo ? Não!

Eu peço tudo menos isso tudo menos seus olhos novamente, tudo menos eu mesmo, menos a minha dor.

Memórias descadeiam várias coisas em nós outras memórias, sentimentos, raiva, alegria ou tristeza mas de vários sentimentos, eu desencadeava em mim um em específico me fazia sentir

- Impotente - A voz familiar aveludada soa tão perto de meu rosto que as mesmas palavras batem em mim como um soco breve - Nem combina com você Dylan é uma pena.

Ao ver os olhos que me lembram uma tempestade de inverno fico aflito, e extremamente irritado mas tal como sempre não posso fazer nada mesmo que a garota loira tenha me concedido um golpe com as palavras duras.

- Eu não preciso da sua porcaria da sua pena - Minhas palavras saem controladas demais até para meu agrado mas me sinto fraco demais para responder no tom que pretendia no mesmo tom feroz que o dela - Só preciso que você vá embora.

- Eu acabei de chegar seria tão grosseiro da sua parte me dispensar agora - Ela sorri num tom exagerado demais - Achei que os Parker tivessem todos um semblante educado.

- Vai embora! - Quero gritar, meu cérebro parece arranhar ainda mais como se fosse explodindo aos poucos - Vai!

A porcaria da frase só sai ainda mais sem o peso que pretendo que ela tivesse, quero falar num tom tão presunçoso e feroz como o seu mas não consigo, quero me levantar dessa cama que me envolve como uma prisão, quero levantar e pedir que ela saia mas já perdi essa capacidade, me sinto fraco de mais é tal como ela disse : Impotente.

Não respondo e nem não digo nada apenas me rendo assim que observo sua mão deslizar até minha perna esquerda, me focando em seu olhar quando ela me encara como se pudesse me aprisionar no seu inverno.

Não sinto o toque gelado sob meu joelho nem seu peso ali, que gera inquietação acumulada sobre mim. Tudo o que sinto é uma dor no peito não só por ela me tocar mas também porquê não a sinto.

Dangerous collisionOnde histórias criam vida. Descubra agora