36 - Acertos de contas.

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  Passei a noite sozinha, por opção mesmo. Sara até queria voltar pro hotel, mas achei melhor ela ficar com o Pablo, eu não seria uma companhia muito boa naquele momento. 

 Depois que tudo passou, comecei a lembrar de algumas coisas com mais calma, do pedido do Vincent… da cara de espanto de João, ao presenciar o pedido, e logo depois ao ataque de Marcus. 

 Mas o pior de tudo foi ver a decepção nos olhos de Vincent. Ele não merece… ele não merecia se apaixonar por mim. 

 Eu não era perfeita para ninguém. Tenho muitos defeitos, e o pior deles era não dar valor ao amor que sentiam por mim. 

 Durante o dia agi normalmente. Sara ainda tentou conversar comigo, mas tudo que eu queria era esquecer. Queria poder desistir de tudo e voltar logo pra Itália; mas eu sou uma profissional, e nunca, apesar das circunstâncias, deixaria uma matéria inacabada. 

 Acho que Sara estava com tanta dó de mim que, depois de inúmeros convites, acabei aceitando sair com ela e Pablo. Fomos ao cinema, e mesmo pela certeza de que eu passaria a noite segurando vela, não me importei. Afinal, eu amo assistir filmes, principalmente em lançamentos, eles poderiam se pegar quantas vezes quisessem.

 . . .

 Sara entrou na cozinha com um vestido rosa, floral, lindo! Os cabelos alaranjados soltos e ondulados, perfeitos!

— Como estou? — ela perguntou, parecia estar numa pilha de nervos.

— Está linda, Sara. Não sei pra quê tanto nervosismo.

— Está falando isso, por que não é você!

— Pablo não teria insistido tanto na sua companhia se isso não fosse importante pra ele. 

— Eu sei,  por isso estou nervosa. 

 A mãe do Pablo estava vindo ao Brasil, depois de alguns longos anos morando na Europa, e Pablo buscaria ela no aeroporto, e claro que ele levaria Sara junto. Ele basicamente requisitou a presença da namorada.

— Só respira… e mete a cara no sol, Mona. — ela riu.

— Você vai ficar bem, enquanto isso?

— Estou ótima, Sara. Também não sei por que de tanta preocupação!

— Queria poder fingir tão bem assim como você.

— Nossa… desse jeito você me ofende.

— Mas fui sincera. — ela sorriu e fez uma careta — Me deixa ir. Se precisar de qualquer coisa… eu disse qualquer coisa mesmo, é só me ligar. — e mostrou o celular antes de guardar na bolsa.

— Vou ficar bem. — assegurei- lhe.

 Sara veio até mim e beijou meu rosto.

— A gente se vê mais tarde. 

— certo. Boa sorte. 

— Eu vou precisar. Será que eu vou precisar?

 Eu dei um sorriso… ela se foi.

 Voltei a tomar meu café da manhã normalmente, lendo as tirinhas que ficava na página final do jornal. 

 A campainha tocou…

Achei estranho… porque quando tenho visita, alguém da recepção sempre liga antes para avisar ou pedir autorização. 

Deixei o jornal em cima da mesa e fui abrir a porta. Não fazia ideia de quem seja… Pablo não seria, já que ele deveria estar no saguão esperando por Sara. 

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⏰ Última atualização: Feb 22, 2021 ⏰

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