Passei a noite sozinha, por opção mesmo. Sara até queria voltar pro hotel, mas achei melhor ela ficar com o Pablo, eu não seria uma companhia muito boa naquele momento.
Depois que tudo passou, comecei a lembrar de algumas coisas com mais calma, do pedido do Vincent… da cara de espanto de João, ao presenciar o pedido, e logo depois ao ataque de Marcus.
Mas o pior de tudo foi ver a decepção nos olhos de Vincent. Ele não merece… ele não merecia se apaixonar por mim.
Eu não era perfeita para ninguém. Tenho muitos defeitos, e o pior deles era não dar valor ao amor que sentiam por mim.
Durante o dia agi normalmente. Sara ainda tentou conversar comigo, mas tudo que eu queria era esquecer. Queria poder desistir de tudo e voltar logo pra Itália; mas eu sou uma profissional, e nunca, apesar das circunstâncias, deixaria uma matéria inacabada.
Acho que Sara estava com tanta dó de mim que, depois de inúmeros convites, acabei aceitando sair com ela e Pablo. Fomos ao cinema, e mesmo pela certeza de que eu passaria a noite segurando vela, não me importei. Afinal, eu amo assistir filmes, principalmente em lançamentos, eles poderiam se pegar quantas vezes quisessem.
. . .
Sara entrou na cozinha com um vestido rosa, floral, lindo! Os cabelos alaranjados soltos e ondulados, perfeitos!
— Como estou? — ela perguntou, parecia estar numa pilha de nervos.
— Está linda, Sara. Não sei pra quê tanto nervosismo.
— Está falando isso, por que não é você!
— Pablo não teria insistido tanto na sua companhia se isso não fosse importante pra ele.
— Eu sei, por isso estou nervosa.
A mãe do Pablo estava vindo ao Brasil, depois de alguns longos anos morando na Europa, e Pablo buscaria ela no aeroporto, e claro que ele levaria Sara junto. Ele basicamente requisitou a presença da namorada.
— Só respira… e mete a cara no sol, Mona. — ela riu.
— Você vai ficar bem, enquanto isso?
— Estou ótima, Sara. Também não sei por que de tanta preocupação!
— Queria poder fingir tão bem assim como você.
— Nossa… desse jeito você me ofende.
— Mas fui sincera. — ela sorriu e fez uma careta — Me deixa ir. Se precisar de qualquer coisa… eu disse qualquer coisa mesmo, é só me ligar. — e mostrou o celular antes de guardar na bolsa.
— Vou ficar bem. — assegurei- lhe.
Sara veio até mim e beijou meu rosto.
— A gente se vê mais tarde.
— certo. Boa sorte.
— Eu vou precisar. Será que eu vou precisar?
Eu dei um sorriso… ela se foi.
Voltei a tomar meu café da manhã normalmente, lendo as tirinhas que ficava na página final do jornal.
A campainha tocou…
Achei estranho… porque quando tenho visita, alguém da recepção sempre liga antes para avisar ou pedir autorização.
Deixei o jornal em cima da mesa e fui abrir a porta. Não fazia ideia de quem seja… Pablo não seria, já que ele deveria estar no saguão esperando por Sara.
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DESENCONTROS
RomanceTrabalhar na La Moda, a maior editora de revista de moda da Itália, sempre foi o sonho de Millah Maxdor. Mas só Deus e sua melhor amiga Sara sabem de que ela teve que abrir mão para seguir esse sonho. Um novo trabalho levará Millah de volta á sua ci...