28- Em meus olhos.

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   O coquetel foi encerrado às 02 hrs da manhã, e mesmo que eu quisesse muito prolongar aquela noite, decidi que era melhor leva-la para o hotel. Não sei por que estava tão cavalheiro naquela noite, mais esperava que ela pudesse me convidar para conhecer sua cobertura. Bem... a esperança é a ultima que morre.

  No caminho conversamos sobre os acontecimentos daquelas ultimas horas. Sobre o coquetel e de como as pessoas pareciam tão sérias. Fiz uma gracinha, imitando um certo senhor de muitas posses, e Maxdor caiu na gargalhada. Eu adorava vê-la rir tão descontraída.

  Parei em frente ao hotel, desliguei o carro,  e nenhum de nós se moveu. Olhei para ela, que também mantinha seu olhar em mim. Ela sorriu.

- Gostei muito de hoje. Não queria que essa noite acabasse assim. Se houver algum lugar que possamos ir...

  Deixei o convite no ar. Ela bem que poderia mudar de ideia e a gente poderia se mandar daqui.

- Talvez o hotel não seja um lugar a qual você tem em mente, mas se quiser subir...

  Nem tive tempo de raciocinar aquele convite e minha pulsação já pulava de alegria. Bem que eu queria disfarçar um pouco, mas o sorriso em meu rosto não deixou.

- Isso é um convite?

  Ela deu de ombros.

- Depende. Vai aceitar ou não?

   Me diverti com a seriedade em seu olhar.

- Pedindo com tanto carinho assim, é claro que aceito.

  A seriedade se desmanchou em um sorriso.
Liguei o carro, saindo de frente ao hotel e estacionando na garagem privativa. Maxdor saiu do carro e ficou me esperando ao lado. Não consegui desviar meu olhar pelo seu corpo. Naquela noite estava sendo difícil prestar atenção em outra coisa com Maxdor vestida daquele jeito. Ela parecia coisa de outro mundo.

- O que foi? Por que está me olhando assim?

  Só percebi a forma que eu a olhava, quando ela falou. Acho que eu estava parecendo um lobo selvagem mirando - babando - por sua presa.
  Tentei disfarçar com um sorrisinho.

- Assim como?

Ela pareceu um pouco perdida em suas palavras.

- Sei lá. Como se estivesse pensando em algo...

  Sorri ainda mais. Ela tinha razão. Tudo que conseguia pensar era em como ela estava um tesão naquele vestido, e eu daria tudo para tira-lo de seu corpo. Mas achei que seria bem melhor que essas imagens ficassem apenas em meus pensamentos.

- Deixa pra lá.

  Passo um braço em sua cintura e caminhamos para dentro do hotel. Ela não se afasta, e meu braço permaneci em sua cintura até chegarmos na cobertura. Ela abri a porta, me dando passagem para entrar.

- Fique a vontade. Tem uísque e vodca no barzinho. Vou ver se a Sara está no quarto.

Observo ela entrar por uma porta e desaparecer. Olho ao redor. Era a primeira vez que Maxdor me convidava  para conhecer sua suíte. Em todas as vezes que estive no hotel a procura dela, nunca passou por sua cabeça essa possibilidade. Também, nunca me ocorreu.

Caminhei ao barzinho, que ficava no anexo entre a cozinha e a sala de Tv. Servi duas doses de uísque em copos separados.

- Estamos sozinhos.

Maxdor havia voltado com essa notícia maravilhosa. Como posso disfarçar minha euforia, se meus lábios sorriem por conta própria. Passei a língua nos lábios para disfarçar o sorrisinho indiscreto que teimava se formar em meu rosto.

DESENCONTROSOnde histórias criam vida. Descubra agora