21- Aperte o play.

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Voltei para o ateliê de Meire com um sorriso sem tamanho. Estava me sentindo nas nuvens, com o corpo relaxado e aquela sensação de paz. João me proporcionou todas essas sensações. Seu beijo então... me fez sonhar acordada. Sonhar com um futuro onde não existe distância para nós dois.

Tentei disfarçar minha imensa alegria. Não queria ter que menti pra Meire caso ela me perguntasse o por que do sorriso bobo em meus lábios.

Mas não disfarcei por muito tempo, logo que saimos do ateliê o sorriso apaixonado tornou forma em meus lábios de novo.

Sara apenas me olhou de sobrancelha suspensa com o mesmo sorrizinho bobo nos lábios, acho que estava sendo contagiado pelo meu.

- O que foi?

Pergunto meio sem graça.

- Eu que devo perguntar. De uma hora pra outra você ficou com esse sorriso bobo. O que foi? Vai me contar?

Fiz um pouco de charme.

- Não sei se devo.

- Por que não? Tem haver com alguém?

Ela gesticulou com a sobrancelha me fazendo rir.

- aah Sara. Acho que tô fazendo uma merda atrás da outra.

- Não vai me dizer que isso ainda tem haver com Vicent.

Bufei chateada.

- Sim e não. Acho que Vicent meio que tá me dando um tempo. Só que hoje, praticamente a meia hora atrás, eu estava aos beijos com João.

Sara meio que deu risada, meio que se engasgou.

- Fala serio Millah! Como assim cara? Tu é muito doida.

- É, acho que sou mesmo. Muito doida, doida pelo João. E que saber do que mais? Não me arrependo nenhum pouco de ter beijado ele. Na verdade... fiquei com uma imensa vontade de transar com ele.

- Serio Millah, você está muito carente.

- Talvez não seja só carência. Por que se fosse, eu teria transado com Vicent.

- E só não transou por que a tal da Lili apareceu.

Odiava quando Sara tinha razão, e com essa ela acabou me calando. E toda aquela alegria meio que desapareceu.

Já no hotel, Sara se trancou no quarto com Pablo. As vezes me perguntava se eles não sabiam fazer outra coisa além de transar. Se bem que se tivesse com quem, eu estava fazendo a mesma coisa.

Saí do hotel, não queria ficar lá. Sabe, seria muito chato vc estar em um mesmo lugar que a pessoa, sabendo o que eles estão fazendo e aquilo não sair da sua cabeça.

Fui para a lanchonete que fica ao lado do hotel. Pedi um chá de limão e fiquei sentada lá, lendo uma revista, esperando Pablo ir embora.

Meu celular toca. O nome no visor me deixa um pouco apreensiva.

- Oi.

- Oi minha gata. Fiquei com saudades. Posso te ver?

Vicent sempre muito galanteador.

- Estou na lanchonete perto do hotel, se quiser aparecer por aqui.

Ele tossiu como se quisesse disfarçar algo.

- Chegarei tão rápido que quando desligar o celular, já estarei ai.

Sorri.

- Tá certo the flash.

Ele deu risada. Desliguei, e como ele mesmo disse, em questões de segundos Vicent surgiu ao meu lado. A olhei abismada.

- Não falei.

DESENCONTROSOnde histórias criam vida. Descubra agora