Antes de almoçarmos, demos uma passada na casa de Vincent para que ele pudesse trocar de roupas, já que ele ainda vestia as mesmas roupas da noite passada. Fiquei contente pois ainda não havia conhecido a casa dele e adorei a oportunidade. Enquanto ele se trocava fiquei bisbilhotando a sua casa: os objetos, os portas- retratos e a incrível decoração. Tudo parecia impecável. Fiquei um bom tempo olhando uma foto de todos nós, sorridentes, quando tudo que importava era as notas boas no colégio, e de como tudo mudou, que todos nós mudamos.
Sai do transe quando Vincent voltou para a sala, agora de camisa azul - marinho e calça jeans.
- Karol me ligou.
Pus a foto de volta na mesinha e o olhei.
- Mudança de planos?
- Não muito. Ela quer que eu leve uma encomenda para ela, no ateliê. - senti um frio na barriga - Tudo bem?
Isso significava que teríamos que ir até lá. Encarar Meire depois do que aconteceu me embrulhada o estômago, mas não podia fugir disso pra sempre, afinal, tenha uma matéria para finalizar.
- Não precisamos ir, se não quiser.
Vincent deve ter percebido meu travamento.
- Vamos sim. Não me importo.
Ele pegou em minhas mãos puxando para si.
- Tem certeza? Posso fingir que esqueci.
- E dá mais motivos para sua querida irmã me odiar ainda mais?
- Ela não te odeia.
- Aposto que ela me culpa por todos os seus mais jeitos.
Ele riu, passou os braços em minha cintura colando de vez nossos corpos.
- Isso eu concordo. - dei um tapa em seu peito fingindo ofensa. - Você é mesmo um pedaço de mau caminho.
Inclinou -se para beijar meus lábios, correspondi.
- Acho melhor saímos daqui, ou vou acabar te arrastando pro meu quarto.
- Bastante tentador.
- Maxdor… - ele gemeu em meus lábios.
- Mas estou morrendo de fome.
- Eu também. - ele mordeu meu pescoço.
- Estou falando de comida.
- Eu também. Um pouco.
Ri com a cabeça enterrada em seu peito. Ele me eergueu, beijando- me mais uma vez.
- Vamos. - Pegou minha mão e saímos.
Vincent parou no estacionamento - garagem do ateliê. Disse que eu não precisava o acompanhar mas eu não queria ficar esperando no carro. Ele segurou minha mão e caminhamos para dentro do prédio.
- Não vamos subir. Mandei uma sms pra ela descer.
Menos mau. Sorri para ele em agradecimento. No fundo eu era uma covarde.
Em poucos minutos karol nos atendeu.
Ela surgiu na pequena sala a qual nos encontrava, sorriu para o irmão e entortou a cara para mim, uma clara demonstração de que me detestava.
Nem trocamos cumprimentos, mas não baixei a cabeça de jeito nenhum. Fiquei a olha-la enquanto conversava com o irmão.
Agradeceu por ele atender seu pedido, beijando- lhe o rosto. Confesso que me diverti um pouco com a situação.
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DESENCONTROS
RomanceTrabalhar na La Moda, a maior editora de revista de moda da Itália, sempre foi o sonho de Millah Maxdor. Mas só Deus e sua melhor amiga Sara sabem de que ela teve que abrir mão para seguir esse sonho. Um novo trabalho levará Millah de volta á sua ci...