33 - Fã numero 1.

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É verdade!

Marcus Legrúmber está aqui. Percebo o quanto eu havia esquecido da sua beleza extravagante. Dos seus olhos sedutores e do sorriso incrível que me fazia sentir borboletas em meu estômago.
Mas hoje, tudo que consigo sentir é náuseas.

- Millah! Que saudade, mi amore.

  Ainda estou raciocinando essa aparição, quando sinto seus lábios nos meus. Não consigo retribuir e me pergunto se Marcus percebeu.

- Marcus. - Pronuncio ainda sem acreditar na minha sorte, ou na falta dela. - Você está aqui!

Ele deu um sorriso aberto, lindo.

- Foi uma ótima ideia que eu tive. Estava louco para conhecer essa cidade, e ainda poderia te ver.

Certo. Talvez não fosse tão ruim. Ele só está aqui para conhecer a cidade e não para cobrar aquele pedido idiota de casamento. Mas ainda assim, eu não conseguia calar minha boca.

- Você devia ter me ligado! Ter me avisado de algum modo que estava vindo! Eu teria me preparado…

Meu Deus! Eu estava muito nervosa.

- Cheguei em um momento ruim?

  A expressão de confusão e mágoa no rosto dele me afeta. Me dói  saber que também vou mágoa-lo.

- Não. - balanço a cabeça em negativo - Claro que não. Eu só estou um pouco…

  As palavras ficam entaladas em minha garganta.

- Ocupada? - ele tenta.

- Me desculpe se estou sendo rude com você.

  Marcus olha ao redor, admirando o quarto. Noto que ele não está carregando nenhuma mala ou bagagens, isso quer dizer que talvez ele já tenha se instalado. E quero saber se está aqui, neste hotel, ou em outro.

- Millah? - ele me chama - Venha aqui, por favor. - E indica o espaço ao seu lado no sofá.

Ele me analisa, examinando cada passo que dou, até sentar ao lado dele.

- Você não parece bem. - Meus sentimentos estão em conflitos. Me sinto em um redemoinho e a qualquer hora vou ser sugada. - Não quero pensar que seja por minha causa. - ele percebeu. Se fosse só por isso.

  Marcus esfrega os dedos nos meus, pensando em me passar algum conforto ou tranquilidade, mas para assim que percebe algo estranho neles.

- Por que não está usando o anel?

- Que anel?

- O diamante solitário que comprei para você, usar.

Puxei a mão na intenção de esconde-la, Marcus não me soltou.

- Eu guardei. Achei que seria melhor assim.

Marcus não se agradou muito da minha resposta.

- E por quê?

Pronto! Essa deveria ser a oportunidade perfeita. Poderia falar pra ele, agora mesmo, que aquele anel carregava um significado pesado para mim. Mas não consegui. Fiquei olhando pra ele que nem uma idiota.

- Acho que sei por que não está usando-o.- ele levantou, andando pelo o quarto. - Fui ingênuo ao pensar que…

  Ele me olha, parecia desapontado. Ótimo! Estou me saindo uma verdadeira destruitora de corações.

- Millah Maxdor.

- Marcus… - curvo a cabeça devagar.

- Não vou tomar mais do seu tempo.

DESENCONTROSOnde histórias criam vida. Descubra agora