As vozes de sua cabeça

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Por Andrew


Ao sair da casa de Radke, pelo retrovisor do carro vejo alguém me seguindo, não estava perto, e nem muito longe, um Peugeot prata, estava me seguindo mesmo? Ou é apenas eu sendo um louco, paranoico porque sei que estou fazendo algo de errado?

Com um pouco de tempo o carro sumiu, o que me fez concluir que eu estava apenas louco.

Apesar do estresse, abro a porta da casa com bastante calma, estranhando, me deparo com uma grande poça no chão, vermelha, era sangue com toda certeza, ando até onde o rastro ia, passando pela cozinha, dou a volta na mesa de pedra, e sinto meu coração bater tão forte como se fosse a ultima vez, fico um pouco paralisado com a imagem.

Vou rapidamente ao encontro do seu corpo tentando a levantar, não estava fria, então não estava morta, mas pelo tamanho da poça, ela havia jorrado sangue o suficiente para perder a consciência.

Levantando-a, derrubo varias coisas da cozinha, escorregando no sangue, o som que estava ligado com uma musica que me deixava cada vez mais irritado.

- PUTA MERDA.- digo em vários sentimentos misturados, ódio, raiva, estresse, desespero, medo...

Medo de que especificamente? medo de perde-la talvez, por que eu disse a mim mesmo que nunca a deixaria ir, nunca me permitiria deixa-la ir, não novamente, e se eu a perde-se aqui e agora, o diabo receberia uma visita.

Mesmo assim, eu sabia que eu não iria a perder, estava confiante disso e era a única coisa que estava me deixando são naquele momento, por alguma razão.

A levo até a banheira, vou atrás, de todos as coisas que poderiam tapar aquele rasgado em seu braço, não tinha mais sangue para jorrar, mas mesmo assim o sangue seco poderia abrir uma infecção.

Ligo a banheira e espero até que alcance seu peito, lavo seu braço e em seguida o enfaixo apenas para garantir; Tiro suas roupas sujas e a deixo nua, tento ter o máximo de cuidado, mesmo sendo péssimo nisso, a todo momento encostando minha cabeça em seu peito e sentindo seus batimentos cardíacos.

As vezes parando para admirar, com todas as falhas que ela sempre colocou em si mesma no passado, estrias, cicatrizes, aquilo nunca significou nada, seu corpo sempre foi o mesmo, sempre foi lindo aos meus olhos, e eu não poderia me conter de olhar todo seu vigor por baixo d'água avermelhada, acariciei sua pele por alguns instantes, fixando meus olhos em seus lábios, e os beijando em seguida, delicadamente, sabendo que ela nem devia ter sentido.

- O que aconteceu para termos nos afastando que eu não me lembro?.- perguntei a mim mesmo.

Nunca me recordei do porque todo aquele amor que tínhamos ter acabado, ou melhor, o porque terminamos, talvez porque quando paro pra recordar nada faz sentido o suficiente pra ter me dado motivos, e isso faz parecer que tudo o que houve foi uma alucinação.

O CativeiroOnde histórias criam vida. Descubra agora