Capitulo com conteúdo sensível.
Por Elaine
Acordei, e quando abri meus olhos não estava nem na cela e nem no quarto dele, estava no sofá.
Fico deitada um pouco, pensando muito no que minha vida está se tornando, isso de forma alguma é o que quero, será mesmo que ninguém nessa merda sentiu a minha falta? Já se passou um mês inteiro e mesmo assim nada...
É meio doloroso pensar assim, mas será mesmo que o cara tem razão?
Qual o motivo dessa palhaçada toda?
Sentia que a qualquer momento ele iria me torturar com mil lâminas e armas, parece que queria uma diarista e não queria pagar.Me sento no sofá, a sala de dia era bem mais convidativa, os raios de luz que saiam da janela iluminando boa parte do cômodo.
Sentei aonde o sol batia no chão, logo em frente a porta, era tão bom sentir aquela quentura.
Me faz lembrar quando eu e Guilbert sentávamos nos bancos da praça, ele deitava em meu colo, e eu fazia carinho em seus cabelos, aquele boboca.Fecho meus olhos apenas sentindo minha pele esquentar. O barulho da porta sendo aberta me alerta.
Ele entra cheio de sacolas e se depara comigo, ficou parado um pouco me encarando e inclina a cabeça pro lado, curioso, tentando compreender o porquê eu estava ali, mas não questionou.
Andou até a mesa da cozinha e coloca todas as sacolas em cima.
- Sabe cozinhar?- ele perguntou olhando dentro de algumas sacolas e tirando coisas de dentro.
- Sim.- respondi não muito firmemente.
- Faça um café da manhã pra nós, isso não foi um pedido, e depois guarde tudo em seus devidos lugares, estarei lá em cima, qualquer coisa suspeita eu vou descer, e caso faça muito barulho saiba que irei vir te 'advertir', estarei muito ocupado, e não quero barulheira, entendeu?- na última palavra ele me encara. Digo sim com a cabeça.- Ótimo.
Ele sai pelo corredor apressado, pelo visto ele tem uma vida fora daqui, espero que uma hora ele reconheça que eu também.
Já tinha me acostumado com seu jeito minucioso.
Vejo o que ele havia trago; frutas, alguns legumes, temperos, ovos, carne, e outras coisas não menos importantes.
Eu também iria comer, então seria melhor eu fazer algo bom, tanto pra mim quanto pra ele, só não espere que ele note essa diferença. Seria muito arriscado ir até os produtos de limpeza pegar veneno ou desinfetante, aliás, estão ao lado do quarto dele, e eu sentia uma certa pena em mata-lo, como sinto de qualquer coisa.
O barulho da corrente já estava me afligindo, o que me fazia bufar e a encarar com uma grande vontade de decepar meu pé fora.
Procuro por uma frigideira, iria fazer omelete, era o mínimo que podia fazer, não tinha ingredientes suficientes para se fazer alguma coisa mais sofisticada se era o que ele queria.
Enquanto fazia cantarolava Lonely Day de System Of A Down, fiz o melhor que pude pro omelete ficar bom pra compensar a minha falta de consideração por ele não ter me matado ainda. Vou virar no prato, mas sem querer toco na parte de metal do cabo da frigideira, queimando meu dedo.
Grito por impulso soltando o cabo fazendo a frigideira cair sobre o fogão, que fez um barulho alto.
grunhi de dor e fechei os olhos.

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O Cativeiro
FanfictionElaine tem um passado guardado em sete chaves, após ser sequestrado por um homem e passar dias sem poder ver seu rosto, estás memórias são desencadeadas, fazendo a notar que o inaudito cenário em que está vivendo tem uma razão. - [...] Lhe perder p...