O Cativeiro

Serventia

Por Elaine

- Está melhor? - Meus olhos se abrem ao ouvir sua voz. encaro a colcha branca da cama, definitivamente não estava no calabouço, sim, este é o nome que dei aquele lugar.

Minha visão mira naquela máscara novamente. Noto que estou nua debaixo das cobertas. Arregalo os olhos para ele em confusão, não me recordo do que aconteceu antes de ir parar ali, apenas que estava comendo.

- Não se preocupe, não fizemos nada, você apenas teve uma recaída.- diz enquanto bebericava algo em uma xícara preta.

Solto o ar dos pulmões e respiro aliviada, era melhor do que... enfim. Rodeio meus olhos para as coisas à minha volta, um quarto bastante decorado, e com uma grande janela, a mesma tinha um cadeado, cortinas tapam o lado de fora.

Tinha luzes de pisca-pisca que mantinha o quarto levemente iluminado, uma mesa com livros e papéis, do lado da cama: um criado-mudo, tinha uma gaveta meio aberta, cheia de canetas.

- Vista isso.- ele coloca uma muda de roupa em cima da cama.- Irei esperar do lado de fora.- ele se levanta e sai sem dizer mais nada.

Uma hora tão calmo, outra hora tão...

Fleches dele me afogando vem na memória, balanço a cabeça negativamente tentando tirar aquela reminiscência da cabeça.

Uma blusa larga grande, e uma calça moletom folgada; Roupas masculinas.

Quando as vesti vi que a barra da calça encostava no chão, usei as mesmas roupas íntimas de antes, mas estavam lavadas e secas, pelo menos isso ele teve questão de fazer.

Vejo uma pequena fresta de luz solar sair de trás das cortinas, empurro um pouco e vejo uma grande floresta, e ao fundo, o sol.

- Vem.- sua voz soou atrás de mim. Ele me puxa pelo pulso, percebo o quão magra estava, seus dedos davam a volta inteira sobre meu carpo e ainda sobrava.

Pelo tamanho dele, mesmo que eu tentasse fazer alguma coisa contra, eu já estaria sendo golpeada. Sinto uma pequena dor na perna, especificamente, na parte de trás do meu joelho, meus passos tortos, eu estava mancando com a perna direita.

Ele me levou até a cozinha, me sentou na cadeira e se abaixou para colocar a corrente em meu tornozelo, como todas as outras vezes.

Olho acima da mesa, um vaso de flores, com flores ressecas.

Pego o vaso e o quebro em sua cabeça, ele caí para trás gemendo de dor com as mãos sobe a testa. Tento me tirar das correntes, mas ele crava um dos cacos do vaso em minha perna, fazendo eu gritar.

Dou um chute em sua face, ele caí para trás novamente com a mão no nariz.

Tentando me soltar da corrente, ele já estava de pé e me deu um grande soco no rosto, eu caí no chão com a visão turva, ele se coloca em cima de mim e soca meu rosto, soco atrás de soco, sinto o gosto de sangue em minha boca, e minhas bochechas latejarem.

Volto a realidade de repente, respirando ofegante, coloco a mão em meu peito para acalmar meu coração que batia loucamente. Foi um pensamento real demais, como estar tendo um sonho acordado.

- Hey!- ele grita. Estava na minha frente, de pé.- Me ouviu? - fala meio irritado.

Digo não com a cabeça.

Ele respira fundo.- Esta corrente.- ele aponta.- ela é grande o suficiente pra andar por toda a casa. Entretanto, se tentar sair, você não vai tão longe, e se pelo menos tentar, eu irei te pegar, e irei cortar a sua garganta, entendeu?