De volta a noite em que nos conhecemos.

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Por Elaine

Acordo com uma visão um pouco embaçada, distingui estar no quarto de Andrew. Me entristeço pelo fato de ter falhado em ter tentado me matar; começo a chorar, me perguntar do porque ainda estar viva, por que Deus quer tanto que eu viva para aguentar tanta dor?

O meu braço estava enfaixado, eu queria muito ver a situação por de baixo do enfaixe, mas só de mover estava ardendo, lagrimas escorriam do meu rosto respectivamente, tudo que eu conseguia sentir era remorso, remorso por ter falhado, neste momento, parecia que sair deste lugar seria uma verdadeira quimera.

Puros sentimentos de melancolia, desespero e aflição, junto com várias lembranças boas da minha vida, a qual para mim eu não enxergava, eu era feliz demais para notar, ou talvez estou apenas notando agora porque fui daquela felicidade para pior.

- Eu sou um desastre.- digo a mim mesma, tapando meu rosto com as mãos desabando ainda mais, e pelo quarto ecoava meus lamentos.

Puxo meus cabelos pelo ódio que estava sentindo, esperneio por alguns segundos, seguro meus cabelos como se quisesse arrancar toda aquela dor por cada fio de cabelo que havia caído na cama.

Enterro minha cabeça em meus joelhos ainda com a mão na cabeça, eram tantas memórias, tantas imagens, eram tão felizes, mas então por que não me passavam a felicidade delas?

Simples... porque eu não estava feliz, e porque eu não podia tê-las de volta. Eu tremia de aflição, uma dor tão agonizante.

"A dor física tira a dor sentimental"

Essa frase veio em minha cabeça, era tudo que eu pude pensar para me livrar, meus olhos circularam por todo o quarto a procura de qualquer lamina, eu suplicava por algo que tirasse aquilo de mim, tirasse aquela condolência.

A porta é aberta por um empurrão, e sem que eu pudesse olhar para seu rosto, senti seu corpo no meu, seus braços rodearam-me, senti seu cheiro, sua respiração, senti sua energia.

Me vejo paralisada, perante ao homem que me machucou, tanto mentalmente quanto fisicamente.

Minha respiração começou a falhar, mas não demorou muito para que eu começasse a chorar mais, chorar sem que ele percebesse? impossível já que minhas lágrimas caiam sobre seu ombro.

- Quero lhe trucidar.- sua voz parecia falha.- Mas, lhe perder para a morte parece demais para mim, sei que se morrermos juntos não nos encontraremos no mesmo lugar, não é? meu anjo.- ele começa a rir ainda me abraçando.- seu Deus vai ter que esperar mais um pouco pra te levar. Toda vez que estiver subindo ao céu, eu irei lhe puxar pelos pés, para voltar pra mim, nem que eu tenha que te amarrar.- não pude me segurar, ouvir cada palavra só me dava mais calafrio, e eu me sentia tão seguramente presa a ele como se uma corrente de aço estivesse rodeando todo meu corpo com o dele.

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